Adentro no ônibus, passo pela catraca. Consigo me acomodar
em um dos primeiros bancos que encontro vazio. Ligo uma música no fone de
ouvido, pois sou daqueles que acredita no poder da canção. Depois de um dia
cansativo e entediante, nada melhor que beber uma cerveja.
Mas durante o trajeto até minha humilde residência, avisto a
maior beleza de minha vida. Não consigo me segurar e pergunto seu nome:
- Olá, como se chama? – pergunto com felicidade.
- Jéssica – ela me responde com uma voz sensual e meiga.
- Estava te olhando com apostilhas de cursinho, irá passar
em quê? - emendo com esperança.
- Jornalismo – responde.
- Eu sou jornalista, amo jornalismo e literatura – replico automaticamente.
Demos seguimento à conversa com muita vibração. Fico extremamente preocupado em olhar seus seios garbosos. Talvez
tenha percebido, mas foda-se, estava hipnotizado pela beleza exuberante da
garota mais linda que já virá na vida. Seus olhos, negros, misteriosos,
dominavam minha razão. Suas unhas pintadas de vermelho, iluminavam as
profundezas da minha alma.
Talvez tudo tenha um sentido na vida, mas eu amo as
mulheres. Não há como ter culpa. As mulheres mechem com meu consciente. A
delicadeza, marca registrada das divas, dispensam qualquer espécie de
comentário. Pode ser apenas uma paixão que se acende sem um sentido óbvio. Um
desejo inexplicável de sentir suas lábios galantes pareciam estar me chamando.
O ônibus para em seu ponto. Ela acaba descendo. Resolvo
descer atrás, afinal estávamos em um sintonia caliente. Seguíamos conversando
sobre inúmeras coisas.
Até que resolvo beija-la. Pensei que haveria resistência de
sua parte. Nada. Sentia-me realizado e ao mesmo tempo querendo mais. Queria era
seu corpo todo despido sobre o meu. Suas nádegas sobre o meu corpo. Seus seios
livres, ansiava em acaricia-los. Estava inebriado pelo fulgor da sua
efervescência intelectual e pela sua elegância física. Encontrava-me
magnetizado. Privado de todos os meus sentidos.
Quando dei-me conta, estávamos fazendo sexo
despreocupadamente.
A melhor sensação era sentir sua vagina. Perceber e
posteriormente dar-se conta do prazer que Jéssica me proporcionava. Eu só queria
era ama-la até o dia nascer. Por que se preocupar? Sentir o
ardor dos seus lábios nas minhas partes mais íntimas, tornava minha percepção
flácida.
A noite acabou. As horas
chegaram. O tempo chegou.
Procuro seus quadris em vão.
No lençol, a prova do que aconteceu entre nós na noite passada.
Preciso ir embora. Mas
necessitava de um beijo refrescante nos seus lábios carnudos. Consigo ganhar
seu beijo, porém não queria nunca mais acaba-lo.
Seus cabelos pretos, lisos.
Seus óculos de grau, envolto de um piercing no seu nariz esbelto, nunca essa
imagem abandonará meu cérebro. O prazer é singelo. Amar é vida. Viver é foda.
Mas amar você é indescritível.
O tesão físico proporcionou
ao meu dia um desejo de beber a bebida mais forte. Paro em um bar. Peço uma
dose de rum, em seguida uma cerveja para refrescar. Nada melhor que começar a
beber cerveja, após ter bebido algo quente -
aquele rum desceu macio. Acendo um cigarro. Penso na noite anterior,
quando ela deixou meu mundo alegre por alguns instantes. Beber naquele momento
era o melhor que se podia fazer. Ainda imaginava sua vagina apertada e quente.
Como meter com ela mexia com minha inépcia. Sentia-me um verdadeiro galã
global.
Chego na minha residência.
Tenho textos para finalizar, matérias por acabar.
Pego meu celular, resolvo
ligar para ela, então me vem à cabeça: não tenho sua número. Acendo uma
baseado, sinto a hora passar devagar, entro em sintonia comigo mesmo.
Pensamentos vem e vão. Talvez uma puta seja uma ideia do caralho. Mas porque
uma puta agora? Eu tinha apenas uma certeza, queria amar você despreocupadamente,
congelar o tempo se possível. Porém nada na vida é para sempre. As coisas acabam
quando menos se espera. Até meu cigarro uma hora não exalará sua fumaça ao meu pulmão.
Caminho pelas calçadas
esburacadas do Jardim Carvalho. Encontrava-me inebriado pelo fulgor do álcool
nas minhas veias. O mundo podia acabar, eu estava na paz interior jamais vista.
Chego no bar, após alguns
minutos viajando comigo mesmo. Encontro o Pietro, peço uma cerveja para nós.
Mas quem eu avisto de longe? Jéssica, minha paixão da noite passada.
Me direciono até ela e pergunto:
- Olá, boa noite?
- Boa noite, responde com
sua suave voz.
- O que irá fazer hoje?
- Sair com algumas amigas e meu namorado.
- Mas sente-se tomar uma
cerveja.
- Será?
- Porque não, retruco
incessantemente.
Conversamos os três juntos.
Vou me aproximando dela. Pergunto seu número e logo em seguida o anoto.
Novamente seu seio transformou meu olhar. Talvez tenha notado, mas o que é
bonito precisa ser percebido.
Peço um beijo e ela resiste:
- Mas porque, o que há de
mal? Indago com veemência.
- Meu namorado está para
chegar com minha amiga. Responde com astúcia exacerbada.
- Foda-se, grito.
- Eu não consigo esquecer
ontem, gostaria de repetir a dose. O que acha?
- Eu também adorei sentir
teu pau dentro de mim, mas o que posso fazer?
- Mandar esse idiota ir se
foder.
- Chega porra, ela fala.
Após alguns minutos de
silencio, dirijo-me ao banheiro. Urino, lavo minhas mãos, acendo um cigarro, já
me dirigindo a mesa. Pietro conversava com a Jéssica. Sento na mesa. Peço uma
dose de rum. Bebo, peço mais uma cerveja.
O namorado de Jéssica chega.
Era uma rapaz com braço enorme. Certamente na sua cabeça ele acreditava ser o
Hulk. Ela me apresenta como um amigo, conversamos, mas logo nota-se que o
distinto não era dos mais inteligentes. Fico imaginando: esse idiota deve
adorar carros e ouvir essas músicas degradantes, enquanto eu bêbado e chapado
sem me entender direito, estava hipnotizado pela sua mulher. A mulher mais
linda que conheci.
Marcus Vinícius Beck
Nenhum comentário:
Postar um comentário