Simbolismo
O Simbolismo constitui-se na Europa, especialmente na França e na Bélgica, nas últimas duas décadas do século 19, como um movimento literário em reação ao Naturalismo e ao Realismo. Isto porque os simbolistas irão reivindicar uma expressão que privilegie os estados da alma e das subjetividades humanas, contra uma lógica materialista e científica até então fortemente realçada pelo Positivismo.
No Brasil, o Simbolismo surge num período marcado por conflitos políticos e sociais. O país encontra-se em plena transição do regime escravocrata para o assalariado. A virada do século traz expectativas por um "novo mundo", mas ainda são muitas as frustrações e angústias de um país em que não se atingiu a consolidação dos ideais republicanos.
Apesar da Proclamação da República, em 1889, os brasileiros viam-se ainda imersos num mundo de práticas sociais excludentes, onde inexistem valores como a cidadania e os direitos que dela advêm. Assim, o Simbolismo literário brasileiro ganha matizes muito particulares, acentuados por escritores que se ocuparam em defender as causas das liberdades civis.
Subjetivismo e angústia
Neste contexto, o autor mais expressivo chama-se Cruz e Souza: são de sua autoria as obras que melhor representam o cenário político e social brasileiro desta época. Além disso, atribui-se a este escritor o início do Simbolismo no Brasil, com a publicação, em 1893, de "Missal" (prosa) e "Broquéis" (poesia).
Cruz e Souza defende uma estética simbolista apoiada no subjetivismo e na angústia, inicialmente voltada para as agruras vivenciadas pelos negros (possivelmente pela sua carga identitária, uma vez que era filho de escravos) e, posteriormente, fundamentada nos sofrimentos universais.
Outro expoente desta vertente literária é Alphonsus de Guimaraens (ele utilizava poeticamente a forma latinizada de seu nome). O amor, a morte e a religiosidade formam a tríade temática privilegiada por este autor, também possivelmente compreendida pelas suas experiências particulares, assinaladas pela morte de sua noiva Constança.
Alphonsus de Guimaraens acolhe esses temas em sua obra sob um misticismo evidente, que o faz ser reconhecido até hoje como um dos mais místicos (senão "o mais místico") dos poetas brasileiros.
Tanto Cruz e Souza como Alphonsus de Guimaraens incorporam a estética simbolista na literatura brasileira e, apesar de suas obras inscreverem-se em campos de ação bastante particulares para um e outro, ambos inserem-se no contexto de tratamento de uma escrita harmonizada com os fenômenos existenciais da natureza humana.
Convivência de estilos
É interessante observar que o Simbolismo convive paralelamente com o Realismo, ainda que a divisão tradicional aponte como o "fim do Realismo" o ano em que "Missal" e "Broquéis" são publicados. No entanto, devemos considerar que obras de Machado de Assis, tais como "Dom Casmurro" e "Esaú e Jacó", chegam ao público entre 1900-04 e são propriamente realistas em seu estilo.
Além disso, o Pré-Modernismo consagra-se como uma tendência que também estará a passos parelhos com o Simbolismo e com o Realismo, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século 20. Ou seja, temos aí um panorama literário que permitiu a coexistência de estilos, permeados até a "Semana de Arte Moderna", em 1922, quando parece haver uma caracterização contundente do que chamaremos "Modernismo".
Fonte: Uol Educação
Simbolismo na literatura francesa:
Stéphane Mallarmé;
Poeta francês (18/3/1842-9/9/1898). é um importante nome do simbolismo na poesia francesa. Influenciado por Charles Baudelaire, valoriza o artifício de inverter a sintaxe das frases para ressaltar a dificuldade como elemento principal.
Nasce em Paris e, em 1862, vai para Londres especializar-se em inglês. Volta a Paris um ano depois e funda, em 1874, a revista A Última Moda, na qual escreve sobre estética literária. Colabora no jornal Le Parnasse Contemporain, criando os poemas da primeira fase de sua carreira, influenciado por As Flores do Mal, de Baudelaire, editado na mesma época.
No Parnasse mostra poemas que se tornam famosos, como A Tarde de um Fauno, cuja inversão sintática atinge a incompreensão, na opinião de editores que se recusam a lançar a obra. Em 1897 publica na revista Cosmopolis o poema Um Lance de Dados Jamais Abolirá o Acaso, considerado seu trabalho mais importante, que ocupa o espaço de uma página dupla e é composto em caracteres e tamanho de letras diferentes, podendo ser lido de inúmeras formas simultaneamente. A obra é uma metáfora da consciência e suas dúvidas e indagações. Morre em Valvi.
Paul Verlaine:
No final do século 19, os críticos incluíram Verlaine entre os chamados "poetas malditos", como Arthur Rimbaud. A expressão, aliás, é do próprio Verlaine, eleito em 1894 o "Príncipe dos Poetas", ao final de uma vida desregrada por Paris, Rethel, Bruxelas e Londres.
Verlaine teve uma infância feliz em Ardennes no norte da França, apesar de ter um pai autoritário e uma mãe superprotetora. Em agosto de 1862, Verlaine completou os estudos secundários em Paris, onde seus pais se instalaram em 1851, e foi morar com a família materna no norte da França. Ali, entre a paisagem melancólica que correspondia a seu estado depressivo e os livros de Baudelaire, apaixonou-se pela prima Elisa Moncomble. O amor impossível o levou a beber em demasia.
De volta a Paris, ele se habituou à "fada verde", o absinto. Começou então a estudar direito. Empregou-se numa companhia de seguros e, em seguida, na Prefeitura. Mas nada lhe interessava e ele passou sete anos entediando-se nos cafés, onde escreveu versos e conheceu os parnasianos.
Em 1866, sua coletânea "Poemas Saturninos", editada graças a sua prima Elisa, fez com que ele fosse notado pela crítica. Em sua poesia de musicalidade lírica e singular, Verlaine expressava os arrebatamentos da alma, transpondo seus sentimentos em impressões, através de paisagens nostálgicas e refinadas.
Em 11 de agosto de 1870, o poeta se casou com Mathilde Mauté de Fleurville, que não tinha mais do que dezesseis anos, numa tentativa de acomodar-se a uma vida familiar, simples e tranqüila. Escreveu "A Boa Canção" inspirado na esposa. Mas em setembro de 1871, o jovem que o fascinava, Arthur Rimbaud lhe escreveu e dias mais tarde, chegou a Paris. Os dois se tornaram amantes. Em fevereiro de 1872, Mathilde pediu a separação. Para acalmar a esposa ultrajada, o poeta afastou Rimbaud. Mas o adolescente foi mais persuasivo e eles pegaram a estrada para Bruxelas. Depois seguiram para Londres.
De volta ao continente, Verlaine trabalhou em "Romances sem Palavras", enquanto Rimbaud publicou algumas páginas que revolucionam a literatura moderna: "Uma temporada no inferno". Depois de várias rupturas e reconciliações, em 1873, Verlaine deu um tiro de pistola em Rimbaud, em Bruxelas.
O poeta foi preso e condenado, passando dois anos na prisão. Em 1874 "Romances sem Palavras" foi lançado. Verlaine, em seu cárcere de Mons, compôs poemas místicos, marcas de arrependimento, que foram publicados posteriormente em "Sabedoria" (1881) e "Outrora e recentemente" (1884), mas também poemas eróticos, como em "Parallèlement" (1889).
Ao sair da prisão em 1875, Verlaine foi para a Inglaterra, onde deu aulas durante dois anos. Em 1880 fixou-se em uma fazenda perto de Rethel, com seu novo amante Lucien Létinois, um ex-aluno da instituição em que Verlaine ensinou durante dois anos e de onde eles foram expulsos por causa de sua "amizade particular". Mais uma vez o amor se rompeu e o poeta naufragou no álcool. No ano seguinte, Verlaine voltou a viver com sua mãe em Paris, onde morreu aos 52 anos.
Arthur Rimbaud:
Poeta francês (20/10/1854-10/11/1891). Considerado pós-romântico e precursor do surrealismo, é uma das maiores influências da poesia moderna. Jean Nicolas Arthur Rimbaud nasce em Charleville e revela vocação para os versos ainda no colégio. Foge de casa diversas vezes durante a adolescência.
Muda-se para Paris aos 17 anos, financiado pelo poeta Paul Verlaine, a quem enviara seu Soneto das Vogais (1871). Um ano depois Verlaine deixa a família para viver com Rimbaud em Londres. A tempestuosa relação amorosa entre os dois termina quando Rimbaud é ferido por Verlaine com um tiro no pulso.
Uma Estação no Inferno (1873) e Iluminações (1886) revelam uma consciência estética nova, uma linguagem libertária, a ideia de que a poesia nasce de uma alquimia do verbo e dos sentidos. Quando termina Iluminações, aos 20 anos, desiste da literatura e retoma a vida errante que o caracterizara na adolescência.
Comercializa peles e café na Etiópia, alista-se no Exército colonial holandês, para desertar logo depois, trafica armas em Ogaden, vai para o Chipre e para Alexandria. Em 1891 tem a perna amputada,
Charles Baudelaire:
Órfão de pai aos seis anos, Charles-Pierre Baudelaire viria a odiar o segundo marido da mãe, o general Jacques Aupick (mais tarde, esse sentimento inspiraria sua atitude rebelde em face das convenções sociais e dos temas frívolos na poesia).
Após anos de desavenças com o padrasto, Baudelaire interrompeu os estudos em Lyon para fazer uma viagem à Índia. Na volta, participou da Revolução de 1848.
Após esse período conturbado, passou a freqüentar a elite aristocrática. Envolveu-se com a atriz Marie Daubrun, a cortesã Apollonie Sabatier e a também atriz Jeanne Duval, uma mulata por quem se apaixonou e a quem dedicou o ciclo de poemas "Vênus Negra".
Em 1847, lançou "La Fanfarlo", seu único romance (trata-se, mais propriamente, de uma novela autobiográfica).
Dez anos depois, quando se publicaram "As Flores do Mal" ("Les Fleurs du Mal"), todos os envolvidos com o livro foram processados por obscenidade e blasfêmia.
Além de pagarem multa, viram-se obrigados a retirar seis poemas do volume original (só publicado na integra em edições póstumas). Tanto "As Flores do Mal" como "Pequenos Poemas em Prosa" (póstumos, 1869) introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo opostos existenciais como o sublime e o grotesco.
Entre seus ensaios, destaca-se "O Princípio Poético" (1876), em que fixa as bases de seu trabalho. Nos diários (também publicados postumamente), revela-se profético e radical contestador da civilização moderna.
Literato que avançou as fronteiras dos costumes em sua época, Baudelaire lançou-se como crítico de arte no Salão de 1845, sempre buscando um princípio inspirador e coerente nas obras artísticas. ("Salão" era o nome pelo qual se conhecia a mais importante mostra anual da pintura e da escultura francesas.)
De 1852 a 1865, Baudelaire traduziu os textos do poeta e contista norte-americano Edgar Allan Poe, por quem se entusiasmara já no final da década de 1840.
Outro Baudelaire, o sifilítico e usuário de drogas, surge em "Os Paraísos Artificiais, Ópio e Haxixe" (1860), uma especulação sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirada pelas "Confissões de um Comedor de Ópio" (1821), do escritor inglês Thomas de Quincey. Há também obras de cunho intimista e confessional, como "Meu Coração Desnudo".
Baudelaire foi um dos maiores poetas franceses de todos os tempos. Alguns o consideram um antecessor do parnasianismo, ou um romântico exacerbado. Pioneiro da linguagem moderna, impôs à realidade uma submissão lírica. Embora muito criticado, tinha entre seus admiradores homens como Victor Hugo, Gustave Flaubert, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine.
Dissipou seus bens na boemia e na jogatina parisienses. Mergulhado em dívidas, teve de resignar-se a medidas judiciárias tomadas pelos familiares, e um tutor foi nomeado para controlar-lhe os gastos.
Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de tribulações, Baudelaire morreu com apenas 46 anos, nos braços da mãe. Seu talento e seu intelecto só seriam totalmente reconhecidos depois. No século 20, tornou-se um ícone, influenciando direta e indiretamente toda a moderna poesia ocidental.
Artes Plásticas:
Gustave Moreau:
Gustave Moreau (6 de abril de 1826 - 18 de abril de 1898) foi um pintor francês. Tornou-se célebre por ser um dos principais impulsionadores da arte simbolista do século XIX.
Moreau começou como pintor realista. Posteriormente, sob a influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de Chavannes e Redon. Alguns historiadores de arte preferem se referir a eles como pós-impressionistas.
Nascido em Paris, este pintor teve aulas dadas pelos mestres Chassériau e Picot em seus respectivos ateliês. Suas obras foram expostas pela primeira vez ao público e à crítica no Salão de 1852.
Os temas favoritos de Moreau eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, muito em moda no final do século XIX, e as obras literárias clássicas.
Mestre da cor, soube representar mulheres de uma beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas apenas por ousadas transparências. A luz foi utilizada por Moreau para obter essa atmosfera ao mesmo tempo mística e mágica, que caracterizou a pintura simbolista. No detalhismo caligráfico com que trabalhou os arabescos e demais elementos decorativos, Moreau se aproximou qualitativa e quantitativamente do modernista Klimt.
Odilon Redon
Bertrand-Jean Redon, conhecido como Odilon Redon (Bordeaux, 20 de abril de 1840 — Paris, 6 de julho de 1916) foi um pintor e artista gráfico francês, considerado o mais importante dos pintores do Simbolismo, por ser o único que soube criar uma linguagem plástica particular e original.
Redon foi um dos membros mais destacados do movimento simbolista, cujas bases teóricas foram definidas pelos manifestos do poeta Mallarmé e pela estética romântica. Diferente da obra de seus colegas, a sua chegou aos limites da sugestão e da abstração, e pode-se dizer que, tanto formal quanto conceitualmente, chegou, de modo visionário, perto da futura vanguarda surrealista.
Sua iniciação teve mais a ver com a arte gráfica do que com a pintura. De fato, Redon aprendeu as técnicas da gravura com Bresdin, influenciado pela obra de Doré. Como pintor, interessou-se pelas paisagens da Escola de Barbizon e pela obra de Rembrandt.
Em 1884 fundou com Gauguin e Seurat o Salon des Indépendants (ou Salão dos Independentes) e também participou das exposições do grupo Le XX, em Bruxelas. A partir de 1890 relacionou-se com os poetas simbolistas Mallarmé e Huysmans. O marchand Durand-Ruel, interessado em sua obra, propôs uma exposição individual.
A técnica mais utilizada por Redon era o pastel, que lhe permitia trabalhar as cores com texturas diferentes e bastante mescladas. Seu mundo de visões e sonhos, povoado de criaturas estranhas e às vezes monstruosas, fascinou os jovens do grupo nabis e influenciou significativamente os surrealistas.
Suas gravuras são ricas com uma visão muito pessoal de um universo de sonho. Ele mesmo declarou, "...deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a litografia pode me oferecer. Cada uma das muitas peças é o resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjugação do uso do lápis, papel e pedra".
Paul Sérusier
Paul Sérusier (1864—1927) foi um pintor pós-impressionista francês.
Estudou na Academia Julian e foi monitor na mesma instituição em meados da década de 1880[1] No Verão de 1888 viajou para Pont-Aven e juntou-se a um grupo de jovens artistas liderados por Paul Gauguin.[2]
Entretanto, em Pont-Aven, o artista pinta O Talismã, sob a supervisão de Gauguin.[3] Sob influencia dos dois, formou-se o grupo pós-impressionista Les Nabis. Pierre Bonnard, Edouard Vuillard e Maurice Denis tornaram-se os mais conhecidos do grupo, mas à época, a sua influência no grupo era periférica.
Trabalhou, finalmente, na Académie Ranson e publicou o seu livro ABC de la peinture em 1921.
Paul teve uma influência reconhecida na arte pós-impressionista, e é lembrado como um pintor um dos grandes vanguardistas franceses do início do século XX e um dos mais influentes na pintura da época, mesmo que ele próprio estivesse bastante influênciado por Gauguin. A sua principal obra, O talismã, reflete essa influência. O seu trabalho, e o dos seus companheiros, antecedeu o fauvismo.
Aristide Maillol
Aristide Maillol (1861-1944), foi um esculturista e pintor francês.
Nasceu em Banyuls-sur-Mer,nos Pireneus orientais.Estudou pintura em Perpignan e,graças a École des Beaux-Arts,em Paris,tendo como mestres Gérôme e Cabanel.Esteve naquela escola de 1882 a 1886,quando abandonou a pintura pela tapeçaria e pela gravura em madeira.Sofreu a influência de Gauguin e de Maurice Denis.No começo do séc.XX,passou a dedicar-se exclusivamente à escultura.Uma viagem à Itália e à Grécia levou-o a uma reapreciação da escultura arcaica,afastando seu estilo da influência então poderosa de Auguste Rondin.Morreu em desastre de automóvel nas vizinhanças de sua terra natal.
Atividade.Maillol é primordialmente um escultor do nu feminino,isolado ou em grupo.Seu poderoso neoclassicismo é baseado no estudo constante do modelo vivo.Enquanto a obra de Rodin revela maior carga emocional,as esculturas de Maillol demonstram maior tranquilidade e maior preocupação com o equilíbrio das massas.Ressentem-se,por isso mesmo,de certo formalismo;mas não podem ser tachadas de acadêmicas ou de academicismo.Sua primeira e mais poderosa influência foi a de um antiacadêmico,Gauguin.As formas de seus nus são sensualmente arredondadas,podendo em certos casos adquirir conotação ingênua.
Obras. Em argila,mármore ou bronze,a obra de Maillol oferece grande unidade,apesar de sua extensão.Entre as suas principais esculturas estão:"Leda"(1900);"La Pensée"(1901;" O Pensamento";Hôtel de Ville,Perpignan);"L'Action enchainée"(1906;"A Ação encadeada");monumento a Auguste Blanqui,em Puget-Théniers;busto de A.Renoir(1907);"Monument Cézanne" (1911-1916;"Monumento a Cézanne",desde 1924 nos Jardins des Tuileries,em Paris );"Vênus"(1924);"Vénus au collier" (1924-1933;"Vênus com colar";"L'Air"(1940;"O Ar"); monumento a Mermoz,em Toulouse;"La Rivière" (1943;"O Rio";Musée National d'Art Moderne,Paris ).
Edvard Munch
Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No lugar das ideias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade, de 1886.
Com A Menina doente (Das Kränke Mädchen, 1885) inicia uma temática que surgiria como uma linha de força em todo o seu caminho artístico. Fez inúmeras variações sobre este último trabalho, assim como sobre outras obras, e os seus sentimentos sobre a doença e a morte, que tinham marcado a sua infância (sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos, a irmã mais velha faleceu aos 15 anos, a irmã mais nova sofria de doença mental e uma outra irmã morreu meses depois de casar; o próprio Edvard estava constantemente doente), assumem um significado mais vasto, transformados em imagens que deixavam transparecer a fragilidade e a transitoriedade da vida. Edvard Munch descobre em Paris a obra de Van Gogh e Gauguin, e indubitavelmente o seu estilo passa então por grandes mudanças.
Em 1892 um convite para expor em Berlim torna-se num momento crucial da sua carreira e da história da arte alemã. Inicia um projecto que intitula O Friso da Vida. Edvard Munch representou a dança em 1950.
Aos trinta anos ele pinta O Grito, considerada a sua obra máxima, e uma das mais importantes da história do expressionismo. O quadro retrata a angústia e o desespero, e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor quanto com seus amigos. É uma das peças da série intitulada O Friso da Vida. Os temas da série recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente (1885), Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feições e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.
Em 1896, em Paris, interessa-se pela gravura, fazendo inovações nesta técnica. Os trabalhos deste período revelam uma segurança notável. Em 1914 inicia a execução do projecto para a decoração da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples, com motivos da tradição popular.
Munch retratava as mulheres ora como sofredoras frágeis e inocentes (ver Puberdade e Amor e Dor), ora como causa de grande anseio, ciúme e desespero (ver Separação, Ciúmes e Cinzas). As últimas obras pretendem ser um resumo das preocupações da sua existência: Entre o Relógio e a Cama, Auto-Retrato de 1940. Toda a obra está impregnada pelas suas obsessões: a morte, a solidão, a melancolia, o terror das forças da natureza.
Marcus Vinícius Beck
O Simbolismo constitui-se na Europa, especialmente na França e na Bélgica, nas últimas duas décadas do século 19, como um movimento literário em reação ao Naturalismo e ao Realismo. Isto porque os simbolistas irão reivindicar uma expressão que privilegie os estados da alma e das subjetividades humanas, contra uma lógica materialista e científica até então fortemente realçada pelo Positivismo.
No Brasil, o Simbolismo surge num período marcado por conflitos políticos e sociais. O país encontra-se em plena transição do regime escravocrata para o assalariado. A virada do século traz expectativas por um "novo mundo", mas ainda são muitas as frustrações e angústias de um país em que não se atingiu a consolidação dos ideais republicanos.
Apesar da Proclamação da República, em 1889, os brasileiros viam-se ainda imersos num mundo de práticas sociais excludentes, onde inexistem valores como a cidadania e os direitos que dela advêm. Assim, o Simbolismo literário brasileiro ganha matizes muito particulares, acentuados por escritores que se ocuparam em defender as causas das liberdades civis.
Subjetivismo e angústia
Neste contexto, o autor mais expressivo chama-se Cruz e Souza: são de sua autoria as obras que melhor representam o cenário político e social brasileiro desta época. Além disso, atribui-se a este escritor o início do Simbolismo no Brasil, com a publicação, em 1893, de "Missal" (prosa) e "Broquéis" (poesia).
Cruz e Souza defende uma estética simbolista apoiada no subjetivismo e na angústia, inicialmente voltada para as agruras vivenciadas pelos negros (possivelmente pela sua carga identitária, uma vez que era filho de escravos) e, posteriormente, fundamentada nos sofrimentos universais.
Outro expoente desta vertente literária é Alphonsus de Guimaraens (ele utilizava poeticamente a forma latinizada de seu nome). O amor, a morte e a religiosidade formam a tríade temática privilegiada por este autor, também possivelmente compreendida pelas suas experiências particulares, assinaladas pela morte de sua noiva Constança.
Alphonsus de Guimaraens acolhe esses temas em sua obra sob um misticismo evidente, que o faz ser reconhecido até hoje como um dos mais místicos (senão "o mais místico") dos poetas brasileiros.
Tanto Cruz e Souza como Alphonsus de Guimaraens incorporam a estética simbolista na literatura brasileira e, apesar de suas obras inscreverem-se em campos de ação bastante particulares para um e outro, ambos inserem-se no contexto de tratamento de uma escrita harmonizada com os fenômenos existenciais da natureza humana.
Convivência de estilos
É interessante observar que o Simbolismo convive paralelamente com o Realismo, ainda que a divisão tradicional aponte como o "fim do Realismo" o ano em que "Missal" e "Broquéis" são publicados. No entanto, devemos considerar que obras de Machado de Assis, tais como "Dom Casmurro" e "Esaú e Jacó", chegam ao público entre 1900-04 e são propriamente realistas em seu estilo.
Além disso, o Pré-Modernismo consagra-se como uma tendência que também estará a passos parelhos com o Simbolismo e com o Realismo, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século 20. Ou seja, temos aí um panorama literário que permitiu a coexistência de estilos, permeados até a "Semana de Arte Moderna", em 1922, quando parece haver uma caracterização contundente do que chamaremos "Modernismo".
Fonte: Uol Educação
Simbolismo na literatura francesa:
Stéphane Mallarmé;
Poeta francês (18/3/1842-9/9/1898). é um importante nome do simbolismo na poesia francesa. Influenciado por Charles Baudelaire, valoriza o artifício de inverter a sintaxe das frases para ressaltar a dificuldade como elemento principal.
Nasce em Paris e, em 1862, vai para Londres especializar-se em inglês. Volta a Paris um ano depois e funda, em 1874, a revista A Última Moda, na qual escreve sobre estética literária. Colabora no jornal Le Parnasse Contemporain, criando os poemas da primeira fase de sua carreira, influenciado por As Flores do Mal, de Baudelaire, editado na mesma época.
No Parnasse mostra poemas que se tornam famosos, como A Tarde de um Fauno, cuja inversão sintática atinge a incompreensão, na opinião de editores que se recusam a lançar a obra. Em 1897 publica na revista Cosmopolis o poema Um Lance de Dados Jamais Abolirá o Acaso, considerado seu trabalho mais importante, que ocupa o espaço de uma página dupla e é composto em caracteres e tamanho de letras diferentes, podendo ser lido de inúmeras formas simultaneamente. A obra é uma metáfora da consciência e suas dúvidas e indagações. Morre em Valvi.
Paul Verlaine:
No final do século 19, os críticos incluíram Verlaine entre os chamados "poetas malditos", como Arthur Rimbaud. A expressão, aliás, é do próprio Verlaine, eleito em 1894 o "Príncipe dos Poetas", ao final de uma vida desregrada por Paris, Rethel, Bruxelas e Londres.
Verlaine teve uma infância feliz em Ardennes no norte da França, apesar de ter um pai autoritário e uma mãe superprotetora. Em agosto de 1862, Verlaine completou os estudos secundários em Paris, onde seus pais se instalaram em 1851, e foi morar com a família materna no norte da França. Ali, entre a paisagem melancólica que correspondia a seu estado depressivo e os livros de Baudelaire, apaixonou-se pela prima Elisa Moncomble. O amor impossível o levou a beber em demasia.
De volta a Paris, ele se habituou à "fada verde", o absinto. Começou então a estudar direito. Empregou-se numa companhia de seguros e, em seguida, na Prefeitura. Mas nada lhe interessava e ele passou sete anos entediando-se nos cafés, onde escreveu versos e conheceu os parnasianos.
Em 1866, sua coletânea "Poemas Saturninos", editada graças a sua prima Elisa, fez com que ele fosse notado pela crítica. Em sua poesia de musicalidade lírica e singular, Verlaine expressava os arrebatamentos da alma, transpondo seus sentimentos em impressões, através de paisagens nostálgicas e refinadas.
Em 11 de agosto de 1870, o poeta se casou com Mathilde Mauté de Fleurville, que não tinha mais do que dezesseis anos, numa tentativa de acomodar-se a uma vida familiar, simples e tranqüila. Escreveu "A Boa Canção" inspirado na esposa. Mas em setembro de 1871, o jovem que o fascinava, Arthur Rimbaud lhe escreveu e dias mais tarde, chegou a Paris. Os dois se tornaram amantes. Em fevereiro de 1872, Mathilde pediu a separação. Para acalmar a esposa ultrajada, o poeta afastou Rimbaud. Mas o adolescente foi mais persuasivo e eles pegaram a estrada para Bruxelas. Depois seguiram para Londres.
De volta ao continente, Verlaine trabalhou em "Romances sem Palavras", enquanto Rimbaud publicou algumas páginas que revolucionam a literatura moderna: "Uma temporada no inferno". Depois de várias rupturas e reconciliações, em 1873, Verlaine deu um tiro de pistola em Rimbaud, em Bruxelas.
O poeta foi preso e condenado, passando dois anos na prisão. Em 1874 "Romances sem Palavras" foi lançado. Verlaine, em seu cárcere de Mons, compôs poemas místicos, marcas de arrependimento, que foram publicados posteriormente em "Sabedoria" (1881) e "Outrora e recentemente" (1884), mas também poemas eróticos, como em "Parallèlement" (1889).
Ao sair da prisão em 1875, Verlaine foi para a Inglaterra, onde deu aulas durante dois anos. Em 1880 fixou-se em uma fazenda perto de Rethel, com seu novo amante Lucien Létinois, um ex-aluno da instituição em que Verlaine ensinou durante dois anos e de onde eles foram expulsos por causa de sua "amizade particular". Mais uma vez o amor se rompeu e o poeta naufragou no álcool. No ano seguinte, Verlaine voltou a viver com sua mãe em Paris, onde morreu aos 52 anos.
Arthur Rimbaud:
Poeta francês (20/10/1854-10/11/1891). Considerado pós-romântico e precursor do surrealismo, é uma das maiores influências da poesia moderna. Jean Nicolas Arthur Rimbaud nasce em Charleville e revela vocação para os versos ainda no colégio. Foge de casa diversas vezes durante a adolescência.
Muda-se para Paris aos 17 anos, financiado pelo poeta Paul Verlaine, a quem enviara seu Soneto das Vogais (1871). Um ano depois Verlaine deixa a família para viver com Rimbaud em Londres. A tempestuosa relação amorosa entre os dois termina quando Rimbaud é ferido por Verlaine com um tiro no pulso.
Uma Estação no Inferno (1873) e Iluminações (1886) revelam uma consciência estética nova, uma linguagem libertária, a ideia de que a poesia nasce de uma alquimia do verbo e dos sentidos. Quando termina Iluminações, aos 20 anos, desiste da literatura e retoma a vida errante que o caracterizara na adolescência.
Comercializa peles e café na Etiópia, alista-se no Exército colonial holandês, para desertar logo depois, trafica armas em Ogaden, vai para o Chipre e para Alexandria. Em 1891 tem a perna amputada,
Charles Baudelaire:
Órfão de pai aos seis anos, Charles-Pierre Baudelaire viria a odiar o segundo marido da mãe, o general Jacques Aupick (mais tarde, esse sentimento inspiraria sua atitude rebelde em face das convenções sociais e dos temas frívolos na poesia).
Após anos de desavenças com o padrasto, Baudelaire interrompeu os estudos em Lyon para fazer uma viagem à Índia. Na volta, participou da Revolução de 1848.
Após esse período conturbado, passou a freqüentar a elite aristocrática. Envolveu-se com a atriz Marie Daubrun, a cortesã Apollonie Sabatier e a também atriz Jeanne Duval, uma mulata por quem se apaixonou e a quem dedicou o ciclo de poemas "Vênus Negra".
Em 1847, lançou "La Fanfarlo", seu único romance (trata-se, mais propriamente, de uma novela autobiográfica).
Dez anos depois, quando se publicaram "As Flores do Mal" ("Les Fleurs du Mal"), todos os envolvidos com o livro foram processados por obscenidade e blasfêmia.
Além de pagarem multa, viram-se obrigados a retirar seis poemas do volume original (só publicado na integra em edições póstumas). Tanto "As Flores do Mal" como "Pequenos Poemas em Prosa" (póstumos, 1869) introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo opostos existenciais como o sublime e o grotesco.
Entre seus ensaios, destaca-se "O Princípio Poético" (1876), em que fixa as bases de seu trabalho. Nos diários (também publicados postumamente), revela-se profético e radical contestador da civilização moderna.
Literato que avançou as fronteiras dos costumes em sua época, Baudelaire lançou-se como crítico de arte no Salão de 1845, sempre buscando um princípio inspirador e coerente nas obras artísticas. ("Salão" era o nome pelo qual se conhecia a mais importante mostra anual da pintura e da escultura francesas.)
De 1852 a 1865, Baudelaire traduziu os textos do poeta e contista norte-americano Edgar Allan Poe, por quem se entusiasmara já no final da década de 1840.
Outro Baudelaire, o sifilítico e usuário de drogas, surge em "Os Paraísos Artificiais, Ópio e Haxixe" (1860), uma especulação sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirada pelas "Confissões de um Comedor de Ópio" (1821), do escritor inglês Thomas de Quincey. Há também obras de cunho intimista e confessional, como "Meu Coração Desnudo".
Baudelaire foi um dos maiores poetas franceses de todos os tempos. Alguns o consideram um antecessor do parnasianismo, ou um romântico exacerbado. Pioneiro da linguagem moderna, impôs à realidade uma submissão lírica. Embora muito criticado, tinha entre seus admiradores homens como Victor Hugo, Gustave Flaubert, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine.
Dissipou seus bens na boemia e na jogatina parisienses. Mergulhado em dívidas, teve de resignar-se a medidas judiciárias tomadas pelos familiares, e um tutor foi nomeado para controlar-lhe os gastos.
Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de tribulações, Baudelaire morreu com apenas 46 anos, nos braços da mãe. Seu talento e seu intelecto só seriam totalmente reconhecidos depois. No século 20, tornou-se um ícone, influenciando direta e indiretamente toda a moderna poesia ocidental.
Artes Plásticas:
Gustave Moreau:
Gustave Moreau (6 de abril de 1826 - 18 de abril de 1898) foi um pintor francês. Tornou-se célebre por ser um dos principais impulsionadores da arte simbolista do século XIX.
Moreau começou como pintor realista. Posteriormente, sob a influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de Chavannes e Redon. Alguns historiadores de arte preferem se referir a eles como pós-impressionistas.
Nascido em Paris, este pintor teve aulas dadas pelos mestres Chassériau e Picot em seus respectivos ateliês. Suas obras foram expostas pela primeira vez ao público e à crítica no Salão de 1852.
Os temas favoritos de Moreau eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, muito em moda no final do século XIX, e as obras literárias clássicas.
Mestre da cor, soube representar mulheres de uma beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas apenas por ousadas transparências. A luz foi utilizada por Moreau para obter essa atmosfera ao mesmo tempo mística e mágica, que caracterizou a pintura simbolista. No detalhismo caligráfico com que trabalhou os arabescos e demais elementos decorativos, Moreau se aproximou qualitativa e quantitativamente do modernista Klimt.
Odilon Redon
Bertrand-Jean Redon, conhecido como Odilon Redon (Bordeaux, 20 de abril de 1840 — Paris, 6 de julho de 1916) foi um pintor e artista gráfico francês, considerado o mais importante dos pintores do Simbolismo, por ser o único que soube criar uma linguagem plástica particular e original.
Redon foi um dos membros mais destacados do movimento simbolista, cujas bases teóricas foram definidas pelos manifestos do poeta Mallarmé e pela estética romântica. Diferente da obra de seus colegas, a sua chegou aos limites da sugestão e da abstração, e pode-se dizer que, tanto formal quanto conceitualmente, chegou, de modo visionário, perto da futura vanguarda surrealista.
Sua iniciação teve mais a ver com a arte gráfica do que com a pintura. De fato, Redon aprendeu as técnicas da gravura com Bresdin, influenciado pela obra de Doré. Como pintor, interessou-se pelas paisagens da Escola de Barbizon e pela obra de Rembrandt.
Em 1884 fundou com Gauguin e Seurat o Salon des Indépendants (ou Salão dos Independentes) e também participou das exposições do grupo Le XX, em Bruxelas. A partir de 1890 relacionou-se com os poetas simbolistas Mallarmé e Huysmans. O marchand Durand-Ruel, interessado em sua obra, propôs uma exposição individual.
A técnica mais utilizada por Redon era o pastel, que lhe permitia trabalhar as cores com texturas diferentes e bastante mescladas. Seu mundo de visões e sonhos, povoado de criaturas estranhas e às vezes monstruosas, fascinou os jovens do grupo nabis e influenciou significativamente os surrealistas.
Suas gravuras são ricas com uma visão muito pessoal de um universo de sonho. Ele mesmo declarou, "...deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a litografia pode me oferecer. Cada uma das muitas peças é o resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjugação do uso do lápis, papel e pedra".
Paul Sérusier
Paul Sérusier (1864—1927) foi um pintor pós-impressionista francês.
Estudou na Academia Julian e foi monitor na mesma instituição em meados da década de 1880[1] No Verão de 1888 viajou para Pont-Aven e juntou-se a um grupo de jovens artistas liderados por Paul Gauguin.[2]
Entretanto, em Pont-Aven, o artista pinta O Talismã, sob a supervisão de Gauguin.[3] Sob influencia dos dois, formou-se o grupo pós-impressionista Les Nabis. Pierre Bonnard, Edouard Vuillard e Maurice Denis tornaram-se os mais conhecidos do grupo, mas à época, a sua influência no grupo era periférica.
Trabalhou, finalmente, na Académie Ranson e publicou o seu livro ABC de la peinture em 1921.
Paul teve uma influência reconhecida na arte pós-impressionista, e é lembrado como um pintor um dos grandes vanguardistas franceses do início do século XX e um dos mais influentes na pintura da época, mesmo que ele próprio estivesse bastante influênciado por Gauguin. A sua principal obra, O talismã, reflete essa influência. O seu trabalho, e o dos seus companheiros, antecedeu o fauvismo.
Aristide Maillol
Aristide Maillol (1861-1944), foi um esculturista e pintor francês.
Nasceu em Banyuls-sur-Mer,nos Pireneus orientais.Estudou pintura em Perpignan e,graças a École des Beaux-Arts,em Paris,tendo como mestres Gérôme e Cabanel.Esteve naquela escola de 1882 a 1886,quando abandonou a pintura pela tapeçaria e pela gravura em madeira.Sofreu a influência de Gauguin e de Maurice Denis.No começo do séc.XX,passou a dedicar-se exclusivamente à escultura.Uma viagem à Itália e à Grécia levou-o a uma reapreciação da escultura arcaica,afastando seu estilo da influência então poderosa de Auguste Rondin.Morreu em desastre de automóvel nas vizinhanças de sua terra natal.
Atividade.Maillol é primordialmente um escultor do nu feminino,isolado ou em grupo.Seu poderoso neoclassicismo é baseado no estudo constante do modelo vivo.Enquanto a obra de Rodin revela maior carga emocional,as esculturas de Maillol demonstram maior tranquilidade e maior preocupação com o equilíbrio das massas.Ressentem-se,por isso mesmo,de certo formalismo;mas não podem ser tachadas de acadêmicas ou de academicismo.Sua primeira e mais poderosa influência foi a de um antiacadêmico,Gauguin.As formas de seus nus são sensualmente arredondadas,podendo em certos casos adquirir conotação ingênua.
Obras. Em argila,mármore ou bronze,a obra de Maillol oferece grande unidade,apesar de sua extensão.Entre as suas principais esculturas estão:"Leda"(1900);"La Pensée"(1901;" O Pensamento";Hôtel de Ville,Perpignan);"L'Action enchainée"(1906;"A Ação encadeada");monumento a Auguste Blanqui,em Puget-Théniers;busto de A.Renoir(1907);"Monument Cézanne" (1911-1916;"Monumento a Cézanne",desde 1924 nos Jardins des Tuileries,em Paris );"Vênus"(1924);"Vénus au collier" (1924-1933;"Vênus com colar";"L'Air"(1940;"O Ar"); monumento a Mermoz,em Toulouse;"La Rivière" (1943;"O Rio";Musée National d'Art Moderne,Paris ).
Edvard Munch
Edvard Munch frequentou a Escola de Artes e Ofícios de Oslo, vindo a ser influenciado por Courbet e Manet. No lugar das ideias, o pensamento de Henrik Ibsen e Bjornson marcou o seu percurso inicial. A arte era considerada como uma arma destinada a lutar contra a sociedade. Os temas sociais estão assim presentes em O Dia Seguinte e Puberdade, de 1886.
Com A Menina doente (Das Kränke Mädchen, 1885) inicia uma temática que surgiria como uma linha de força em todo o seu caminho artístico. Fez inúmeras variações sobre este último trabalho, assim como sobre outras obras, e os seus sentimentos sobre a doença e a morte, que tinham marcado a sua infância (sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos, a irmã mais velha faleceu aos 15 anos, a irmã mais nova sofria de doença mental e uma outra irmã morreu meses depois de casar; o próprio Edvard estava constantemente doente), assumem um significado mais vasto, transformados em imagens que deixavam transparecer a fragilidade e a transitoriedade da vida. Edvard Munch descobre em Paris a obra de Van Gogh e Gauguin, e indubitavelmente o seu estilo passa então por grandes mudanças.
Em 1892 um convite para expor em Berlim torna-se num momento crucial da sua carreira e da história da arte alemã. Inicia um projecto que intitula O Friso da Vida. Edvard Munch representou a dança em 1950.
Aos trinta anos ele pinta O Grito, considerada a sua obra máxima, e uma das mais importantes da história do expressionismo. O quadro retrata a angústia e o desespero, e foi inspirado nas decepções do artista tanto no amor quanto com seus amigos. É uma das peças da série intitulada O Friso da Vida. Os temas da série recorrem durante toda a obra de Munch, em pinturas como A Menina Doente (1885), Amor e Dor (1893-94), Cinzas (1894) e A Ponte. Rostos sem feições e figuras distorcidas fazem parte de seus quadros.
Em 1896, em Paris, interessa-se pela gravura, fazendo inovações nesta técnica. Os trabalhos deste período revelam uma segurança notável. Em 1914 inicia a execução do projecto para a decoração da Universidade de Oslo, usando uma linguagem simples, com motivos da tradição popular.
Munch retratava as mulheres ora como sofredoras frágeis e inocentes (ver Puberdade e Amor e Dor), ora como causa de grande anseio, ciúme e desespero (ver Separação, Ciúmes e Cinzas). As últimas obras pretendem ser um resumo das preocupações da sua existência: Entre o Relógio e a Cama, Auto-Retrato de 1940. Toda a obra está impregnada pelas suas obsessões: a morte, a solidão, a melancolia, o terror das forças da natureza.
Marcus Vinícius Beck
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