Por volta das 6 horas da tarde, encontrava-me degustando meu
café, acompanhado por um cigarro, quando avistei uma verdadeira preciosidade
musical. Tratava-se de uma revista – edição limitada- da vida e obra do mítico
Bob Dylan. Era a Rolling Stone. Meu coração instantaneamente entrou em transe. Somente
os amantes desse maluco gênero musical, sabem o que é o rock and roll. Eles
entendem o que sente quando se vê algo tão raro e ao mesmo tempo, tão genial e
marcante como tal publicação.
Minha retina ficara hipnotizada. Não havia sequer um único
tostão em meus bolsos. Entretanto havia a vontade de adquirir um verdadeiro
item de colecionador. Bob Dylan representa algo supremo dentro da musica de
protesto dos anos 60. Suas letras poéticas ainda colocam muita cabeça para
funcionar. Para mim nem se fala, Dylan fora imortalizado no épico Higway 61 de
1965 – clássico da música contemporânea.
Sentia o cheiro das páginas brancas, novas. Elas eram
superiores a todas as publicações que havia no local. Folhar as páginas constituía-se
uma emoção indescritível. Apenas os roqueiros de plantão se identificarão com a
descrição citada.
Tentei relutar. Procurei agir com clareza e racionalidade. Não
possuía nem um mísero centavo, como iria levar a mítica revista de Dylan? Havia
apenas uma hipótese. Alguns julgam como incorreto, símbolo de vagabundagem e
coisas do gênero. Eu julgava como sendo nada demais. E realmente, pegá-la
comigo e levá-la embora sem pagar, não era assim um descalabro social
exorbitante. Quem nunca fez isso com um livro que o contagiou e posteriormente
quando chegou o momento de devolvê-lo, preferiu omitir a devolução.
Jamais uma obra de arte pode ser demasiadamente racional. A
literatura é isso, a música idem. Ao invés de devolvermos e posteriormente algum assassino dos bens culturais
depredar o patrimônio artístico, é preferível que cuidemos nós, meros amantes
da arte.
Marcus Vinícius Beck
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