Descrever o new jornalism é uma das tarefas mais árduas que
se possa existir na arte da escrita. Em primórdios da década de 1960, Tom Wolf,
Gay Talese, Normam Mailer e Trumam Capote, foram os percussores de um estilo
que mesclava a verdade factual com ficção, fortemente influenciada pela escrita
do realista americano William Faulker e que revolucionou a maneira de se fazer
jornalismo.
Em 1956, Trumam Capote publicou o perfil do ator Marlon
Brando, ‘ O duque em seus domínios’. Sobre o artigo, Capote afirmou: ‘Marlon
Brando me contou toda a sua vida, única coisa que poderia fazer era contar um
pouco da minha’. O artigo apesar de ser conceituado como ficcional, trata-se de
um artigo informativo, porém com um trabalho contundente de apuração.
Em 1962, Gay Talese publicou na Esquire uma história sobre o
lutador de boxe Joe Louis cujo título era "Joe Louis: o Rei como Homem de
Meia Idade" (apud Wolfe, 1976, p.19), que fugia totalmente dos padrões
jornalísticos vigentes na época, assemelhando-se muito mais a um relato que a
uma matéria jornalística propriamente dita, como demonstra o trecho que abre o
artigo:
- Olá, querida - gritou Joe Louis a sua mulher ao vê-la o esperando no aeroporto de Los Angeles. Ela sorriu enquanto aproximava-se e quando estava a ponto de ficar na ponta dos pés- Joe, onde está sua gravata? - perguntou.
- Ai, querida - ele desculpou-se encolhendo os ombros - estive fora toda a noite em Nova York e não tive tempo...
Segundo o próprio Wolfe, toda vez que um especialista em
reportagem ganhava uma coluna, "se perdia um bom repórter e se ganhava um
mal escritor
A espinha dorsal do new jornalismo, dar-se na década de
1930, no realismo norte-americano. Dentre os principais expoentes dessa fase da
literatura americana, destaca-se: John Steibeck, Ernest Hemingway, John de
Passos e Fritzgerald. Porém existia uma distancia árdua entre jornalistas e
romancistas, nessa época.
Construção de cena, uso de símbolos e diálogos, pontuação
pouco convencional no jornalismo e participação ativa na vida de seus
personagens, eram uma das principais características do novo jornalismo
literário que despontava.
Tom Wolf e sua genialidade, encontraram uma maneira singela
e formosa para apreciar a literatura. Pois Wolf, sempre nutriu uma paixão
exacerbada pelo romance. Com todos esses ingredientes, nasceu o new journalism.
Marcus Vinícius Beck
Nenhum comentário:
Postar um comentário