Durante a década de 1950, a indústria cultural brasileira
sofria entraves que impediam a produção cinematográfica, como conseqüência a
produção de obras com grande qualidade técnica. Na década seguinte, o cinema
paulista viveu uma pequena fase de ascensão ,mas incapaz de consagrar a sétima
arte no Brasil. Conseqüentemente jovens, intelectuais e artistas passaram a
discutir novos rumos para o cinema nacional.
O primeiro grande marco que ocorreu desse sentimento de
manifestação e mudança, fora o I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro, em
1952. Nesse encontro, além de pensarem sobre alternativas para incipiência da cinematografia,
seus integrantes se mostraram preocupados em distanciar do prestigiado modelo
ficcional norte-americano, sinônimo de grande sucesso na época.
Dessa forma, jovens cineastas, tiveram grande interesse em
dialogar com os movimentos realistas como: neorealismo italiano, e a “nouvelle
vague” francesa.
Tudo o que os jovens artistas queriam eram, produzir filmes
baratos, feito com: “uma câmera e uma idéia na cabeça”. Os longas-metragens
seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem apropriada para a
problemática social.
Primeira fase: Observamos os primeiros trabalhos dos
diretores: Diegues, Ruy Guerra, Paulo César Saraceni, Leon Hirszman, David
Neves, Joaquim Pedro de Andrade, Luiz Carlos Barreto, Glauber Rocha e Nelson
Pereira dos Santos. Entre outras produções da época, ressaltamos: “Vidas Secas”
(1963), “Os Fuzis” (1963) e o prestigiado “Deus e o Diabo na Terra do Sol”
(1964).
Segundo período: Dialoga com o contexto político-social
vigente na sociedade, a ditadura militar, que acabara de se instalar no país,
em 1964. O discurso em favor da ordem social passou a figurar outro estilo de
temática dentro do gênero. Essa época, destacam-se os seguintes filmes: O
Desafio” (1965), “Terra em Transe” (1967) e “O Bravo Guerreiro” (1968).Apos
esse período, o discurso político perde forças dentro do movimento.
Essa mudança era o reflexo da eficácia da repressão da
ditadura militar.
Terceiro período: Notamos um volume menor de produções entre
as quais se destaca o filme Macunaíma (1969). Por conta desse filme,
notamos que a preocupação com a problemática social, passa a ser rearticulada
fora dos limites da estética.
O exílio de alguns expoentes do movimento e a adaptação ao
ensejo da crescente indústria cultural brasileira foi contribuindo para
desgastar o movimento. Os cineastas que ainda flertavam com o Cinema Novo, a
partir da década de 1970, vão emendar outra fase do cinema nacional, o “Cinema
Marginal”.
Fonte: Brasil Escola
Por: Marcus Vinícius Beck
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