O Conversa de Botequim, por intermédio do Brasil 247, republica texto do Ministro do Esporte, Albo Rebelo.
Rebelo demonstra apoio ao movimento Bom Senso, liderado pelo zagueiro do Corinthians, Paulo André.
Confira a nota do Ministro:
Oportuna e necessária, é mais que bem-vinda a negociação que
os atletas do Bom Senso FC iniciaram com a CBF para melhorar o calendário do
futebol brasileiro. Trata-se de um problema no qual o governo não pode
interferir diretamente, mas o Ministério do Esporte apoia uma revisão da
maratona de jogos que os principais clubes fazem ao longo do ano, na qual os
pequenos, que são a maioria, podem ser classificados como sem-calendário.
Grandes times disputam até três torneios ao mesmo tempo,
como está ocorrendo agora, com participações no Campeonato Brasileiro, nas
Copas do Brasil e Sul-Americana. Os jogadores são sacrificados com uma
sequência de lesões que os prejudica não só como seres humanos, submetidos a
jornadas exaustivas, como também afetam o desempenho profissional. Em média os
grandes disputam ao ano 20 partidas a mais que seus similares da Europa.
Falta tempo para as férias e para a pré-temporada que
recompõe o condicionamento físico dos atletas. Às vezes há tantos jogadores no
departamento médico quanto no campo. Outro efeito nocivo do calendário
asfixiante é a impossibilidade de os times excursionarem ao exterior, uma
tradição que praticamente acabou, em prejuízo não só das finanças dos clubes
como da projeção do futebol brasileiro no cenário internacional.
O aperfeiçoamento do calendário há de beneficiar não apenas
a série A do Brasileirão. As demais, assim como os campeonatos estaduais,
também irrigam a grandeza do futebol brasileiro e devem ser consideradas.
Portanto, a agenda da Copa do Brasil tem de ser valorizada
por sua especial característica de torneio da integração nacional, em que um
pequeno clube festeja eliminar um gigante, como já aconteceu na disputa entre
Asa de Arapiraca e Palmeiras. O episódio ficou inscrito na história da
agremiação alagoana.
Convém insistir nesse ponto: os clubes pequenos precisam ser
contemplados nas negociações de um novo calendário.
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