Em Curitiba, o Corinthians fez trinta segundos de protesto, em
mobilização articulada pelo BOM SENSO FC. Só mesmo a CBF acha que tudo está
dentro dos conformes no futebol nacional.
Na peleja o timão andava buscando o gol. Emerson lutava,
perdia chances claras, errava cruzamentos de forma estridente. Tite pediu que
seus comandados adiantassem a marcação. Algo novo estava pairando no ar. Diferente
de tudo, finalmente o clichê do ‘professor’ foi deixado de lado.
Walter, o grande arqueiro alvinegro, salvou a meta. Na segunda
etapa vários bombardeios foram direcionados a si, saiu-se com maestria
semelhante de Cássio, quando estreou pelo timão, há um ano atrás.
Por outro lado, o meio-campista Alex esbanjava classe e
genialidade na articulação das jogadas do Coritiba. Incrível como detém
facilidade rara para bater na gorduchinha. Regia a orquestra dos paranaenses de
forma formidável. Apenas Caio Ribeiro, comentarista da TV Globo e eterno
reserva por todos os clubes que passou, achou que o meia ficou devendo no
cortejo.
Entretanto o enredo fazia lembrar dos filmes neorrealistas
italianos. Os jogadores eram conscientes de seus papeis dentro de campo, sabiam
da situação algoz que assolava o Corinthians na competição. Resultado: após bela
trama pela esquerda, Romarinho achou o volante Guilherme em ótimas condições
dentro da grande área, que apenas finalizou para o fundo das redes. Mas quem
imaginava uma postura reacionária dos alvinegros, enganou-se, pois Tite queria
era mesmo, agredir o já agredido Coritiba.
Com o vaga assegurada na primeira divisão, não há mais metas
alvinegras na competição. Tudo fora definido nesta quarta-feira. Libertadores é
um sonho distante, afinal, seria necessário bater todos os adversários que
restam nas próximas rodadas, e ao mesmo tempo, torcer para que todos os
concorrentes na disputa, percam. Tarefa difícil, nem o mais otimista dos
corintianos acredita que seja possível.
Jogos assim fazem este blogueiro se deleitar com a arte de ser
um eterno sofredor.
Marcus Vinícius Beck
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