O embrião do Pearl Jam pode ser encontrado em outras bandas de Seattle, na época em que a cidade ainda não era o grande foco das atenções no mundo do rock’n’roll, como ficou sendo durante a primeira metade da década de 90. Podemos começar dizendo que o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament eram amigos e formaram uma banda de hard-rock chamada de Green River ao lado do guitarrista Steve Turner e o vocalista Mark Arm, mais ou menos na metade da décade de 80. Chegaram a gravar e lançar um disco, chamado "Rehad Doll", além de um EP, pelo selo local Sub Pop. Mas em 1988, a banda resolve se separar, sendo que Arm e Turner formariam logo depois o Mudhoney, uma das bandas primordiais do grunge. Jeff e Stone continuam juntos e, juntamente com o baterista Jeff Turner e o vocalista Andrew Wood, formam uma nova banda, chamada Mother Love Bone. Assinam um contrato com a Geffen Records e lançam em 1989 o EP chamado "Shine" e, em 1990, um álbum chamado "Apple". A banda começa a fazer a sucesso nos EUA, quando, logo depois do lançamento de "Apple", em 16 de março de 1990, morre o vocalista Andrew Wood, vítima de uma overdose de heroína.
Depois disso, Stone e Jeff se separam, mas continuam a compor e escrever músicas. Depois de algum tempo, voltam a se juntar com o propósito de formar mais uma banda. A eles se junta o guitarrista Mike McCready (ex-Shadow), mas faltava ainda um vocalista e um baterista. Por intermédio do amigo e baterista Jack Irons (ex-Red Hot Chilli Peppers), eles conhecem Eddie Vedder, que estava naquele momento trabalhando em uma indústria de petróleo em San Diego (que fica no estado da California, sendo que Eddie nasceu no estado de Illinois), mas que costumava cantar e tocar com alguns amigos nos bares da cidade, em uma banda chamada Bad Radio. Vedder recebe uma fita demo do trio de Seattle (apenas com músicas instrumentais) e gosta do som que ouve. Ele resolve escrever as letras que faltam à essas músicas (reza a lenda que ele foi surfar um dia, e, ao sair do mar, estava com as três letras prontas na cabeça – são elas: "Once", "Alive" e "Footsteps", e possuem ligação entre si), e ele mesmo grava sua performance por cima dos instrumentos na fita e a envia de volta para Seattle. O trio fica impressionado com o que ouve e resolve convidar Eddie para ser o vocal da futura nova banda. Assim, ele vai para Seattle e grava com a banda durante três semanas, sendo que ao final dessas, já estavam se apresentando para o público local.
Ao mesmo tempo que isso acontecia, Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e ex-companheiro de quarto do falecido vocalista do Mother Love Bone, resolve formar um banda para fazer um disco em homenagem ao antigo companheiro. Ele contacta Jeff Ament e Stone Gossard, que aceitam fazer parte desse projeto. Estes, por sua vez, levam Mike McCready e Eddie Vedder, e juntamente com o baterista Matt Cameron, também do Soundgarden, formam o Temple of the Dog. Gravam um excelente álbum auto-intitulado, que saiu pela A&M Records em 1991. Depois do fim dessa banda (que desde o início era apenas um projeto temporário para homenagear o carismático Andrew Wood), Jeff, Stone, Mike e Eddie decidem formar definitivamente uma nova banda, e para isso ganham o reforço do baterista Dave Krusen.
Assim, nasce o Pearl Jam. A princípio, o nome da banda seria Mookie Blaylock, que era o nome de um jogador de basquete. Mas eles tiverem que mudá-lo por problemas burocráticos, e Vedder sugere o nome Pearl Jam, que seria uma homengam à uma geléia com poderes alucinógenos que sua avó (chamada Pearl) fazia. Depois de mais algum tempo gravando material para o álbum debut, eles assinam um contrato com a Epic Records, lançando o resultado dessas gravações em agosto de 1991.
Esse resultado é o disco "Ten" (número da camisa de Blaylock no New Jersey Nets), certamente um dos melhores álbuns do grunge, e do rock em geral nos últimos tempos. Possui canções belas e inesquecíveis como "Alive" (o grande sucesso radiofônico do disco, e que levou o Pearl Jam a ser conhecido nos quatro cantos do mundo), "Oceans", "Black" e "Release", outras pesadas e raivosas típicas do grunge, como "Once" e "Why Go", além de outras excelentes por si sós, como "Jeremy" (outro grande sucesso radiofônico, e que possui uma letra auto-biográfica de Vedder, narrando problemas em sua juventude), "Porch" e "Even Flow". Com a excessiva excecução desse disco nas rádios e MTVs, a banda vai ficando bastante conhecida (logo Vedder começa a sentir o peso desse sucesso) e o álbum chega assim ao Top Ten americano. A banda ganha o prêmio de Video of the Year da MTV, com o clip de "Jeremy", além de vários outros prêmios. O destaque final fica por conta das emotivas letras escritas por Vedder, responsáveis em parte pela sintonia imediata do público com a banda. Ele costuma dizer que suas letras são para serem interpretadas por cada um como bem entender, podendo até gerar interpretações distintas dependendo do ouvinte.
Assim, a banda parte para uma grande turnê de divulgação ao redor do mundo, mas sem o baterista Dave Krusen, que saiu no final das gravações desse primeiro disco por problemas pessoais. Matt Chamberlain tocou com a banda nessa turnê. O Pearl Jam também fica conhecido por suas apresentações, cheias de energia e com o carisma de Vedder transbordando em cada uma delas, com seu comportamento no palco e os constantes stage-dives em meio ao público.
Em 1992, a banda participa do filme "Singles", do diretor americano Cameron Crowe. Nesse filme, é feito um retrato da geração grunge de Seattle, e várias bandas da cidade aparecem tocando, como por exemplo, o Alice in Chains. Alguns dos membros do Pearl Jam fazem parte da banda de Matt Dillon, chamada Citizen Dick, sendo que Vedder é o baterista.
Mini-acústico para a MTV A banda participa ainda de um mini-acústico para a MTV, onde eles tocam algumas canções do primeiro disco, além de uma música que saiu na trilha sonora do filme "Singles" (chamada "State of Love and Trust", e que podia perfeitamente ter saído no "Ten", de tão boa que é) e uma música cover de Neil Young, chamada "Rockin’ in the Free World" (que a banda também tocou em vários shows normais).
Nessa apresentação, Vedder protagoniza um show particular ao final, quando ele sobe no banquinho em que estava sentado e com uma caneta escreve vários slogans em seu corpo, em particular, alguns a favor de um instituição ambiental chamada Earth First (ele possui uma tatuagem em sua perna com o logotipo dessa instituição, da qual ele é sócio). O ano de 1992 também marcou a aproximação entre o Nirvana e Pearl Jam, uma vez que, no passado, Kurt Cobain havia hostilizado a banda de Eddie Vedder. Depois de conhecer Vedder pessoalmente, Kurt pediu desculpas em público pelo o que havia dito sobre eles. "I’m not going to do that anymore. It hurts Eddie and he’s a good guy", disse Kurt em uma ocasião. A agenda do grupo em 1992 continua intensa: Vedder ainda acha tempo de participar das gravações do álbum "Recipe for Hate", do Bad Religion, banda do seu amigo Greg Graffin. No quesito shows, a banda abre para vários artistas conhecidos, como Red Hot Chilli Peppers, U2 e Neil Young (com quem fariam uma parceria anos mais tarde), além de serem o headliner da segunda edição do festival alternativo Lollapalooza, organizado anualmente por Perry Farrell (ex-Jane’s Addiction e Porno for Pyros).
Depois desse exaustivo ano, em que o Pearl Jam consolidou de vez o status de ser a grande banda de rock do momento, o grupo volta ao estúdio para gravar o seu segundo disco. Em outubro de 1993 sai então "Vs", outro álbum excepcional. A principio, ele iria se chamar "5 Against 1", mas na última hora a banda resolveu chamá-lo simplesmente de "Vs" (aliás, esse título não está escrito em nenhum lugar do CD, à exemplo do que fez o Led Zeppelin em seu quarto disco). No line-up da banda, nova troca de baterista: Matt Chamberlain saiu para ir tocar no Saturday Night Live Band, e no seu lugar entra Dave Abbruzzese. A banda mostra definitivamente que pode ir além do que faz a maioria das bandas grunges, que nessa época, já estavam fazendo muito sucesso. Possui excelentes canções como "Animal", "Daughter", "Rearviewmirror", "WMA", "Leash" e "Indifference". Cada canção transborda de feeling e garra, mostrando a banda bem entrosada e com composições excepcionais. O disco logo entra no Top Ten americano, tendo atingido a incrível marca de 350.000 cópias vendidas apenas no primeiro dia de seu lançamento. Mas nem tudo são flores: Vedder experimenta cada vez mais o que é ser um "rock star", sendo que isso o incomoda. Mas a banda não diminui o ritmo intenso. Ainda em 1993, Eddie participa de um show no Rock and Roll Hall of Fame ao lado dos ex-membros do The Doors, Ray Manzarek, John Densmore e Rob Krieger. Lá eles cantam três músicas do inesquecível grupo de Los Angeles: "Roadhouse Blues", "Break on Through" e "Light my Fire". Para fechar o ano, a banda aparece em uma apresentação para o MTV Music Video Awards, com Neil Young no palco para a última música, "Rockin’ in the Free World".
Nesse período, a banda começa a se mostrar insatisfeita com a política comercial da Ticketmaster, a empresa americana que controla a venda e distribuição de ingresssos para os shows feitos nesse país. O principal motivo era o preço desses ingressos, que a banda sempre lutou para manter baixo, ao contrário do que efetivamente acontecia. Em maio, eles acionam oficialmente a justiça americana para uma investigação, acusando-os de monopólio, uma vez que não haviam outras empresas para assim promover uma competição, e, consequentemente, abaixar os preços e forçar a melhora dos serviços. Assim, eles rompem com a empresa e passam a promover e organizar os próprios shows, obtendo apoio de vários outros artistas, como o REM, Aerosmith e Neil Young. Isso dificulta bastante a vida da banda, pois a Ticketmaster facilitava bastante esse processo (a despeito do grande lucro que obtinham no final) e eles acabam entrando em um período de baixa, que culmina com algumas brigas internas, ao mesmo tempo em que o Departamente de Justiça Americano desiste de investigar a Ticketmaster. Decepcionados com o mercado artístico e a indústria cultural vigente nos EUA, a banda adota uma postura anti-comercial: param de produzir clips, não tocam mais para grandes audiências, não aparecem em programas de TV, não dão entrevistas à revistas, não usam mais as caixinhas de CDs normais (que aumentam o preço final do produto) para comercializar seus trabalhos e, claro, não usam mais a Ticketmaster para promover seus shows. Aparentemente, a idéia da banda é não se expor demais (virando apenas um "produto" para a MTV e rádios) e fugir dos "fãs de momento", aqueles que só os conhecem pela excessiva exposição da banda pelos meios de comunicação comuns, meios esses que apenas visam o mesmo objetivo da Ticketmaster: lucro comercial.
Ainda em 1994, ocorre um outro fato que não só afeta o Pearl Jam, como também grande parte do cenário musical mundial: Kurt Cobain se suicida no começo de abril. A banda resolve cancelar alguns shows marcados para o verão mostrando-se bastante abalada e consternada com o fato, e, em uma aparição no programa Saturday Night Live, Vedder usa uma camiseta com um K desenhado. Nessa apresentaçao, ele canta um trecho de uma música de Neil Young, chamada "Hey Hey My My (Out of the Blues)". Kurt havia usado uma frase dessa música em sua carta de despedida ("It’s better to burn out than to fade away").
Apesar de todos esses problemas, e de Vedder se mostrar cada vez mais incomodado com o seu status de "rock star", a banda entra em estúdio novamente, e em dezembro de 1994, lança "Vitalogy". O álbum saiu primeiramente em uma edição especial de vinil, passando a ser comercializado também em CD e K7 apenas duas semanas depois. Esse disco mostra um Pearl Jam ainda criativo e contagiante, com Vedder escrevendo ótimas letras e criando excelentes melodias, e os instrumentistas bem afiados e mostrando muita garra (além de uma boa dose de experimentalismos, como na estranhíssima última faixa). Algumas músicas que se destacam são "Last Exit", "Spin the Black Circle" (uma das músicas com maior sonoridade punk do Pearl Jam – o título é uma referência ao fato de "Vitalogy" ter sido também lançado em vinil), "Whipping" (composta originalmente para sair no disco "Vs"), "Better Man" (que Vedder compôs nos tempos de Bad Radio), a belíssima "Corduroy" e a balada "Immortality" (que a banda insiste em afirmar que não é uma homenagem a Kurt Cobain). Apesar disso, o disco não vende tão bem quanto os anteriores, e a tensão aumenta. Ele não chega a ser um fracasso, claro, mas a significativa diminuição de cópias vendidas é diretamente causada pelo biocote que a banda sofre por parte da imprensa em geral, devido à postura anti-comercial adotada por eles. Mesmo assim, o número de vendas mostra que a banda possuia um grande número de fãs fiéis, e não apenas aqueles fãs típicos da MTV, que compram qualquer coisa que a rede de TV promove como sendo "a grande sensação". Dave Abbruzzese é despedido (por motivos até hoje desconhecidos) e Jack Irons (amigo da banda, e ex-Red Hot Chilli Peppers) assume as baquetas no final das gravações do disco, ajudando a amenizar a situação entre os membros originais. Para fechar o ano, Vedder resolve então se desligar rapidamente do Pearl Jam e excursiona com seu projeto paralelo chamado Hovercraft.
Já em 1995, a banda reune-se novamente e lança um novo trabalho, mas na verdade não é um álbum oficialmente do Pearl Jam. Neil Young convidou a banda para tocar em seu novo disco, chamado "Mirrorball", um dos mais pesados do lendário cantor, e com bastante sonoridade grunge. Vedder faz backing vocals em algumas músicas, e por motivos burocráticos (devido ao fato das gravadoras dos artistas serem diferentes), o nome Pearl Jam não sai escrito no disco, sendo que apenas os nomes dos membros da banda são citados no encarte. O Pearl Jam então aproveita algumas gravações e composições dessa experiência, e lança um single chamado "Merkinball", que contém duas ótimas músicas nas quais é bastante nítida a influência que Neil Young causou na banda nesse período, incluindo participação do próprio na gravação. Na mesma época da união com Neil Young, nasce o Mad Season, um projeto paralelo levado a cabo por Mike McCready, Layne Stanley (Alice in Chains), Barret Martin (Screaming Trees) e Baker Saunders (Lamont Cranston). O primeiro disco da banda se chama "Above", e foi lançado em março desse mesmo ano.
Na metade de 1995, a situação entre os membros da banda volta a ficar delicada, após um show em San Francisco, no qual Eddie Vedder deixa o palco após a sétima música alegando estar debilitado fisicamente por causa de algo que comera no hotel. Neil Young, que estava com a banda se preparando para divulgar "Mirror Ball", gentilmente termina o show no lugar de Eddie, mas sem evitar que a banda fique incomodada com Vedder.Eles decidem se separar por algum tempo, para descansarem e tentarem temporariamente levar uma vida normal, cancelando assim os próximos shows agendados.
Mas isso não ocorre. Os membros da banda aparentemente não conseguiram ficar longe da música, e do Pearl Jam em si. Eles voltam a se reunir uma semana após a separação, e depois de fazerem as pazes e traçar novos objetivos, voltam a turnê que fora brevemente interrompida.
Em 1996, voltam ao estúdio e em agosto do mesmo ano, lançam "No Code", que pode ser considerado um marco na carreira da banda. É o disco mais eclético e variado do quinteto, no que diz respeito as influências, sonoridades e estilos. Pode ser considerado por alguns como também o mais comercial, mas isso não faz com que ele seja ruim, muito pelo contrário. Possui excelentes músicas como "In My Tree" (com uma batida tribal empolgante, parecida com a música "WMA" do disco anterior, e que já mostrava como a banda podia variar em suas músicas), "Hail, Hail", "Red Mosquito", "Lukin" (homenagem à Mark Arm, do Mudhoney), a magnífica "Mankind" e a bela e surpreendente "Around the Bend". A banda continua com sua política de não divulgar o álbum comercialmente pelos meios normais, como lançando vídeos pela MTV (a banda só os fez para o disco "Ten"), dando entrevistas e se apresentando em programas de TV. A imprensa em geral, naturalmente, continua a boicotá-los, mas a banda não se comove e continua a fazer aquilo que acredita, e, principlamente, para aqueles que acreditam. Enquanto a imprensa detona o quinteto (e, principalmente Eddie Vedder), vários artistas os defendem, entre eles Michael Stipe, do REM, e Courtney Love, do Hole, dando assim mais credibilidade à banda, e fazendo com que os fiéis e verdadeiros fãs do Pearl Jam continuem os prestigiando.
Obviamente, "No Code" não foi um retumbante sucesso comercial, mas mesmo assim vendeu bem, e a banda parte para um nova turnê de quase dois anos, sempre com bons públicos (a despeito de não estar sendo bancada pela Ticketmaster). É importante dizer também que o grupo perdeu um pequena parcela de fãs antigos, que gostavam mais da época grunge do quinteto, com suas músicas raivosas e pesadas, mas mesmo assim, o Pearl Jam continua sendo uma das melhores bandas do mundo, fato comprovado em cada uma das excelentes faixas desse disco.
Depois da extensa turnê de divulgação, o Pearl Jam volta ao estúdio e passa o resto de 1997 trabalhando em novo material. O resultado é lançado em fevereiro de 1998, e é chamado de "Yield". Boas críticas e vendagens relativamente boas também marcam esse lançamento, mas claro, sem a euforia que marcou os dois primeiros discos da banda, na época em que eles eram as vítimas principais dos tubarões chamados MTV e rádio. Esse disco é bem parecido com "No Code": mostra a banda mais madura e competente em suas composições e arranjos intrumentais, com músicas mais voltadas ao rock’n’roll normal, livrando-se definitivamente do estigma de banda grunge. São vários os destaques do disco, como a contagiante "Brain of J", a bela "Faithfull", "Given to Fly" (que tem uma levada muito parecida com "Going to California" do Led Zeppelin) e a pérola "MFC", que tem um trabalho de guitarras inesquecível. Nesse disco, a banda volta atrás em uma das atitudes da postura anti-comercial levada a cabo por eles, aquela mais afetou os fãs (e por isso mesmo eles acabaram cedendo): a não produção de vídeo-clips. Eles fazem um excelente vídeo para a faixa "Do the Evolution", que é todo feito em desenho animado, produzidos pelo criador do personagem de revistas em quadrinhos e cinema Spawn. O clip é transmitido exaustivamente pela MTV ao redor do mundo. Depois do lançamento do álbum, Jack Irons sai da banda (dizem eles ser uma saída temporária) e Matt Cameron (que havia ficado sem banda depois do fim do Soundgarden) assume as baquetas. Ainda em 1998, dois novos lançamentos da banda: o vídeo "Single Video Theory", onde a banda aparece tocando músicas do último álbum, e o primeiro disco ao vivo do grupo: "Live on Two Legs" (o título é uma referência a um disco do Queen). Nesse álbum, a banda aparece tocando músicas de todos os seus cinco discos, e fecha o álbum com mais um cover de Neil Young, a excelente "Fuckin’ Up".
O ano de 1999 começou com o Pearl Jam participando de um disco em benefício das vítimas da guerra de Kosovo, chamado "No Boundaries" (no Brasil, "Sem Fronteiras"). O grupo aparece com as músicas "Last Kiss" e "Soldier of Love". A primeira é uma bela e simples balada, que tocou exaustivamente nas rádios do Brasil (e que virou um single da banda).
Ainda em 1999, o Pearl Jam volta a trabalhar na gravação de um novo disco, o sexto de estúdio. O resultado é lançado em maio de 2000, e se chama "Binaural". Produzido por Tchad Blake e mixado por Brendan O 'Brian, "Binaural" pode ser comparado com "Yield" e "No Code", por mostrar a banda mais contida, sem o peso e agressividade de antigamente, mas ainda com muita criatividade e competência, sendo bastante visível a maturidade das composições e melodias criadas pelo quinteto. Destaque para as músicas "God's Dice", "Nothing As It Seems" (primeiro single do álbum), "Light Years", "Soon Forget" (apenas Eddie Vedder na voz e ukelele) e "Grievance". A produção de "Binaural" é muito boa, realçando em algumas músicas uma atmosfera meio depressiva e pesada, como em "Nothing As It Seems" e "Sleight of Hand". As composições foram feitas por Stone Gossard, Eddie Vedder e Jeff Ament, ao contrário de antigamente, em que Vedder era praticamente o único compositor da banda. Vale destacar que o grupo continua a distribuir seus álbuns em caixinhas especiais (isso acontece desde o terceiro disco, "Vitalogy"), para evitar que o trabalho chegue mais caro as lojas devido à tradicional caixinha de plástico que é produzida por uma única empresa nos EUA. Outra novidade é o lançamento de diversos "bootlegs oficiais": são discos contendo gravações de show da banda ao redor do mundo, por preços mais acessíveis.
Em 2002, a banda volta ao estúdio para gravar seu sétimo disco, ao lado do produtor de Adam Kasper. Em outubro sai o primeiro single, para a música "I am Mine", e no mês seguinte é lançado "Riot Act". É um trabalho bastante maduro e coeso, que agrada mais aos fãs e críticos do que "Binaural". A banda volta a apresentar também um vídeo, para a canção "I am Mine" (o último tinha sido para "Do the Evolution" do disco "Yield"), além de anunciar que pretende novamente lançar os "bootlegs oficiais", a exemplo da turnê do disco anterior.
Em 2003, os lançamentos da banda foram a coletânea de b-sides "Lost Dogs" e o DVD "Pearl Jam at the Garden", que traz uma apresentação memorável do quinteto em Nova York (sexteto, se contarmos com o tecladista Boom Gaspar), com participações especiais de Ben Harper, Steve Diggle e Tony Barber. Até o momento o grupo já havia lançado dois vídeos: "Touring Band", que traz a banda em ação durante a turnê de "Binaural", além do já citado "Video Single Theory", que traz os bastidores das gravações do disco "Yield". Outro fato importante de 2003 foi o fim do contrato com a Epic, que lançou todos os discos do grupo. Até o momento, a banda ainda não divulgou quem será seu novo parceiro.
Fonte:http://whiplash.net/
Depois disso, Stone e Jeff se separam, mas continuam a compor e escrever músicas. Depois de algum tempo, voltam a se juntar com o propósito de formar mais uma banda. A eles se junta o guitarrista Mike McCready (ex-Shadow), mas faltava ainda um vocalista e um baterista. Por intermédio do amigo e baterista Jack Irons (ex-Red Hot Chilli Peppers), eles conhecem Eddie Vedder, que estava naquele momento trabalhando em uma indústria de petróleo em San Diego (que fica no estado da California, sendo que Eddie nasceu no estado de Illinois), mas que costumava cantar e tocar com alguns amigos nos bares da cidade, em uma banda chamada Bad Radio. Vedder recebe uma fita demo do trio de Seattle (apenas com músicas instrumentais) e gosta do som que ouve. Ele resolve escrever as letras que faltam à essas músicas (reza a lenda que ele foi surfar um dia, e, ao sair do mar, estava com as três letras prontas na cabeça – são elas: "Once", "Alive" e "Footsteps", e possuem ligação entre si), e ele mesmo grava sua performance por cima dos instrumentos na fita e a envia de volta para Seattle. O trio fica impressionado com o que ouve e resolve convidar Eddie para ser o vocal da futura nova banda. Assim, ele vai para Seattle e grava com a banda durante três semanas, sendo que ao final dessas, já estavam se apresentando para o público local.
Ao mesmo tempo que isso acontecia, Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e ex-companheiro de quarto do falecido vocalista do Mother Love Bone, resolve formar um banda para fazer um disco em homenagem ao antigo companheiro. Ele contacta Jeff Ament e Stone Gossard, que aceitam fazer parte desse projeto. Estes, por sua vez, levam Mike McCready e Eddie Vedder, e juntamente com o baterista Matt Cameron, também do Soundgarden, formam o Temple of the Dog. Gravam um excelente álbum auto-intitulado, que saiu pela A&M Records em 1991. Depois do fim dessa banda (que desde o início era apenas um projeto temporário para homenagear o carismático Andrew Wood), Jeff, Stone, Mike e Eddie decidem formar definitivamente uma nova banda, e para isso ganham o reforço do baterista Dave Krusen.
Assim, nasce o Pearl Jam. A princípio, o nome da banda seria Mookie Blaylock, que era o nome de um jogador de basquete. Mas eles tiverem que mudá-lo por problemas burocráticos, e Vedder sugere o nome Pearl Jam, que seria uma homengam à uma geléia com poderes alucinógenos que sua avó (chamada Pearl) fazia. Depois de mais algum tempo gravando material para o álbum debut, eles assinam um contrato com a Epic Records, lançando o resultado dessas gravações em agosto de 1991.
Esse resultado é o disco "Ten" (número da camisa de Blaylock no New Jersey Nets), certamente um dos melhores álbuns do grunge, e do rock em geral nos últimos tempos. Possui canções belas e inesquecíveis como "Alive" (o grande sucesso radiofônico do disco, e que levou o Pearl Jam a ser conhecido nos quatro cantos do mundo), "Oceans", "Black" e "Release", outras pesadas e raivosas típicas do grunge, como "Once" e "Why Go", além de outras excelentes por si sós, como "Jeremy" (outro grande sucesso radiofônico, e que possui uma letra auto-biográfica de Vedder, narrando problemas em sua juventude), "Porch" e "Even Flow". Com a excessiva excecução desse disco nas rádios e MTVs, a banda vai ficando bastante conhecida (logo Vedder começa a sentir o peso desse sucesso) e o álbum chega assim ao Top Ten americano. A banda ganha o prêmio de Video of the Year da MTV, com o clip de "Jeremy", além de vários outros prêmios. O destaque final fica por conta das emotivas letras escritas por Vedder, responsáveis em parte pela sintonia imediata do público com a banda. Ele costuma dizer que suas letras são para serem interpretadas por cada um como bem entender, podendo até gerar interpretações distintas dependendo do ouvinte.
Assim, a banda parte para uma grande turnê de divulgação ao redor do mundo, mas sem o baterista Dave Krusen, que saiu no final das gravações desse primeiro disco por problemas pessoais. Matt Chamberlain tocou com a banda nessa turnê. O Pearl Jam também fica conhecido por suas apresentações, cheias de energia e com o carisma de Vedder transbordando em cada uma delas, com seu comportamento no palco e os constantes stage-dives em meio ao público.
Em 1992, a banda participa do filme "Singles", do diretor americano Cameron Crowe. Nesse filme, é feito um retrato da geração grunge de Seattle, e várias bandas da cidade aparecem tocando, como por exemplo, o Alice in Chains. Alguns dos membros do Pearl Jam fazem parte da banda de Matt Dillon, chamada Citizen Dick, sendo que Vedder é o baterista.
Mini-acústico para a MTV A banda participa ainda de um mini-acústico para a MTV, onde eles tocam algumas canções do primeiro disco, além de uma música que saiu na trilha sonora do filme "Singles" (chamada "State of Love and Trust", e que podia perfeitamente ter saído no "Ten", de tão boa que é) e uma música cover de Neil Young, chamada "Rockin’ in the Free World" (que a banda também tocou em vários shows normais).
Nessa apresentação, Vedder protagoniza um show particular ao final, quando ele sobe no banquinho em que estava sentado e com uma caneta escreve vários slogans em seu corpo, em particular, alguns a favor de um instituição ambiental chamada Earth First (ele possui uma tatuagem em sua perna com o logotipo dessa instituição, da qual ele é sócio). O ano de 1992 também marcou a aproximação entre o Nirvana e Pearl Jam, uma vez que, no passado, Kurt Cobain havia hostilizado a banda de Eddie Vedder. Depois de conhecer Vedder pessoalmente, Kurt pediu desculpas em público pelo o que havia dito sobre eles. "I’m not going to do that anymore. It hurts Eddie and he’s a good guy", disse Kurt em uma ocasião. A agenda do grupo em 1992 continua intensa: Vedder ainda acha tempo de participar das gravações do álbum "Recipe for Hate", do Bad Religion, banda do seu amigo Greg Graffin. No quesito shows, a banda abre para vários artistas conhecidos, como Red Hot Chilli Peppers, U2 e Neil Young (com quem fariam uma parceria anos mais tarde), além de serem o headliner da segunda edição do festival alternativo Lollapalooza, organizado anualmente por Perry Farrell (ex-Jane’s Addiction e Porno for Pyros).
Depois desse exaustivo ano, em que o Pearl Jam consolidou de vez o status de ser a grande banda de rock do momento, o grupo volta ao estúdio para gravar o seu segundo disco. Em outubro de 1993 sai então "Vs", outro álbum excepcional. A principio, ele iria se chamar "5 Against 1", mas na última hora a banda resolveu chamá-lo simplesmente de "Vs" (aliás, esse título não está escrito em nenhum lugar do CD, à exemplo do que fez o Led Zeppelin em seu quarto disco). No line-up da banda, nova troca de baterista: Matt Chamberlain saiu para ir tocar no Saturday Night Live Band, e no seu lugar entra Dave Abbruzzese. A banda mostra definitivamente que pode ir além do que faz a maioria das bandas grunges, que nessa época, já estavam fazendo muito sucesso. Possui excelentes canções como "Animal", "Daughter", "Rearviewmirror", "WMA", "Leash" e "Indifference". Cada canção transborda de feeling e garra, mostrando a banda bem entrosada e com composições excepcionais. O disco logo entra no Top Ten americano, tendo atingido a incrível marca de 350.000 cópias vendidas apenas no primeiro dia de seu lançamento. Mas nem tudo são flores: Vedder experimenta cada vez mais o que é ser um "rock star", sendo que isso o incomoda. Mas a banda não diminui o ritmo intenso. Ainda em 1993, Eddie participa de um show no Rock and Roll Hall of Fame ao lado dos ex-membros do The Doors, Ray Manzarek, John Densmore e Rob Krieger. Lá eles cantam três músicas do inesquecível grupo de Los Angeles: "Roadhouse Blues", "Break on Through" e "Light my Fire". Para fechar o ano, a banda aparece em uma apresentação para o MTV Music Video Awards, com Neil Young no palco para a última música, "Rockin’ in the Free World".
Nesse período, a banda começa a se mostrar insatisfeita com a política comercial da Ticketmaster, a empresa americana que controla a venda e distribuição de ingresssos para os shows feitos nesse país. O principal motivo era o preço desses ingressos, que a banda sempre lutou para manter baixo, ao contrário do que efetivamente acontecia. Em maio, eles acionam oficialmente a justiça americana para uma investigação, acusando-os de monopólio, uma vez que não haviam outras empresas para assim promover uma competição, e, consequentemente, abaixar os preços e forçar a melhora dos serviços. Assim, eles rompem com a empresa e passam a promover e organizar os próprios shows, obtendo apoio de vários outros artistas, como o REM, Aerosmith e Neil Young. Isso dificulta bastante a vida da banda, pois a Ticketmaster facilitava bastante esse processo (a despeito do grande lucro que obtinham no final) e eles acabam entrando em um período de baixa, que culmina com algumas brigas internas, ao mesmo tempo em que o Departamente de Justiça Americano desiste de investigar a Ticketmaster. Decepcionados com o mercado artístico e a indústria cultural vigente nos EUA, a banda adota uma postura anti-comercial: param de produzir clips, não tocam mais para grandes audiências, não aparecem em programas de TV, não dão entrevistas à revistas, não usam mais as caixinhas de CDs normais (que aumentam o preço final do produto) para comercializar seus trabalhos e, claro, não usam mais a Ticketmaster para promover seus shows. Aparentemente, a idéia da banda é não se expor demais (virando apenas um "produto" para a MTV e rádios) e fugir dos "fãs de momento", aqueles que só os conhecem pela excessiva exposição da banda pelos meios de comunicação comuns, meios esses que apenas visam o mesmo objetivo da Ticketmaster: lucro comercial.
Ainda em 1994, ocorre um outro fato que não só afeta o Pearl Jam, como também grande parte do cenário musical mundial: Kurt Cobain se suicida no começo de abril. A banda resolve cancelar alguns shows marcados para o verão mostrando-se bastante abalada e consternada com o fato, e, em uma aparição no programa Saturday Night Live, Vedder usa uma camiseta com um K desenhado. Nessa apresentaçao, ele canta um trecho de uma música de Neil Young, chamada "Hey Hey My My (Out of the Blues)". Kurt havia usado uma frase dessa música em sua carta de despedida ("It’s better to burn out than to fade away").
Apesar de todos esses problemas, e de Vedder se mostrar cada vez mais incomodado com o seu status de "rock star", a banda entra em estúdio novamente, e em dezembro de 1994, lança "Vitalogy". O álbum saiu primeiramente em uma edição especial de vinil, passando a ser comercializado também em CD e K7 apenas duas semanas depois. Esse disco mostra um Pearl Jam ainda criativo e contagiante, com Vedder escrevendo ótimas letras e criando excelentes melodias, e os instrumentistas bem afiados e mostrando muita garra (além de uma boa dose de experimentalismos, como na estranhíssima última faixa). Algumas músicas que se destacam são "Last Exit", "Spin the Black Circle" (uma das músicas com maior sonoridade punk do Pearl Jam – o título é uma referência ao fato de "Vitalogy" ter sido também lançado em vinil), "Whipping" (composta originalmente para sair no disco "Vs"), "Better Man" (que Vedder compôs nos tempos de Bad Radio), a belíssima "Corduroy" e a balada "Immortality" (que a banda insiste em afirmar que não é uma homenagem a Kurt Cobain). Apesar disso, o disco não vende tão bem quanto os anteriores, e a tensão aumenta. Ele não chega a ser um fracasso, claro, mas a significativa diminuição de cópias vendidas é diretamente causada pelo biocote que a banda sofre por parte da imprensa em geral, devido à postura anti-comercial adotada por eles. Mesmo assim, o número de vendas mostra que a banda possuia um grande número de fãs fiéis, e não apenas aqueles fãs típicos da MTV, que compram qualquer coisa que a rede de TV promove como sendo "a grande sensação". Dave Abbruzzese é despedido (por motivos até hoje desconhecidos) e Jack Irons (amigo da banda, e ex-Red Hot Chilli Peppers) assume as baquetas no final das gravações do disco, ajudando a amenizar a situação entre os membros originais. Para fechar o ano, Vedder resolve então se desligar rapidamente do Pearl Jam e excursiona com seu projeto paralelo chamado Hovercraft.
Já em 1995, a banda reune-se novamente e lança um novo trabalho, mas na verdade não é um álbum oficialmente do Pearl Jam. Neil Young convidou a banda para tocar em seu novo disco, chamado "Mirrorball", um dos mais pesados do lendário cantor, e com bastante sonoridade grunge. Vedder faz backing vocals em algumas músicas, e por motivos burocráticos (devido ao fato das gravadoras dos artistas serem diferentes), o nome Pearl Jam não sai escrito no disco, sendo que apenas os nomes dos membros da banda são citados no encarte. O Pearl Jam então aproveita algumas gravações e composições dessa experiência, e lança um single chamado "Merkinball", que contém duas ótimas músicas nas quais é bastante nítida a influência que Neil Young causou na banda nesse período, incluindo participação do próprio na gravação. Na mesma época da união com Neil Young, nasce o Mad Season, um projeto paralelo levado a cabo por Mike McCready, Layne Stanley (Alice in Chains), Barret Martin (Screaming Trees) e Baker Saunders (Lamont Cranston). O primeiro disco da banda se chama "Above", e foi lançado em março desse mesmo ano.
Na metade de 1995, a situação entre os membros da banda volta a ficar delicada, após um show em San Francisco, no qual Eddie Vedder deixa o palco após a sétima música alegando estar debilitado fisicamente por causa de algo que comera no hotel. Neil Young, que estava com a banda se preparando para divulgar "Mirror Ball", gentilmente termina o show no lugar de Eddie, mas sem evitar que a banda fique incomodada com Vedder.Eles decidem se separar por algum tempo, para descansarem e tentarem temporariamente levar uma vida normal, cancelando assim os próximos shows agendados.
Mas isso não ocorre. Os membros da banda aparentemente não conseguiram ficar longe da música, e do Pearl Jam em si. Eles voltam a se reunir uma semana após a separação, e depois de fazerem as pazes e traçar novos objetivos, voltam a turnê que fora brevemente interrompida.
Em 1996, voltam ao estúdio e em agosto do mesmo ano, lançam "No Code", que pode ser considerado um marco na carreira da banda. É o disco mais eclético e variado do quinteto, no que diz respeito as influências, sonoridades e estilos. Pode ser considerado por alguns como também o mais comercial, mas isso não faz com que ele seja ruim, muito pelo contrário. Possui excelentes músicas como "In My Tree" (com uma batida tribal empolgante, parecida com a música "WMA" do disco anterior, e que já mostrava como a banda podia variar em suas músicas), "Hail, Hail", "Red Mosquito", "Lukin" (homenagem à Mark Arm, do Mudhoney), a magnífica "Mankind" e a bela e surpreendente "Around the Bend". A banda continua com sua política de não divulgar o álbum comercialmente pelos meios normais, como lançando vídeos pela MTV (a banda só os fez para o disco "Ten"), dando entrevistas e se apresentando em programas de TV. A imprensa em geral, naturalmente, continua a boicotá-los, mas a banda não se comove e continua a fazer aquilo que acredita, e, principlamente, para aqueles que acreditam. Enquanto a imprensa detona o quinteto (e, principalmente Eddie Vedder), vários artistas os defendem, entre eles Michael Stipe, do REM, e Courtney Love, do Hole, dando assim mais credibilidade à banda, e fazendo com que os fiéis e verdadeiros fãs do Pearl Jam continuem os prestigiando.
Obviamente, "No Code" não foi um retumbante sucesso comercial, mas mesmo assim vendeu bem, e a banda parte para um nova turnê de quase dois anos, sempre com bons públicos (a despeito de não estar sendo bancada pela Ticketmaster). É importante dizer também que o grupo perdeu um pequena parcela de fãs antigos, que gostavam mais da época grunge do quinteto, com suas músicas raivosas e pesadas, mas mesmo assim, o Pearl Jam continua sendo uma das melhores bandas do mundo, fato comprovado em cada uma das excelentes faixas desse disco.
Depois da extensa turnê de divulgação, o Pearl Jam volta ao estúdio e passa o resto de 1997 trabalhando em novo material. O resultado é lançado em fevereiro de 1998, e é chamado de "Yield". Boas críticas e vendagens relativamente boas também marcam esse lançamento, mas claro, sem a euforia que marcou os dois primeiros discos da banda, na época em que eles eram as vítimas principais dos tubarões chamados MTV e rádio. Esse disco é bem parecido com "No Code": mostra a banda mais madura e competente em suas composições e arranjos intrumentais, com músicas mais voltadas ao rock’n’roll normal, livrando-se definitivamente do estigma de banda grunge. São vários os destaques do disco, como a contagiante "Brain of J", a bela "Faithfull", "Given to Fly" (que tem uma levada muito parecida com "Going to California" do Led Zeppelin) e a pérola "MFC", que tem um trabalho de guitarras inesquecível. Nesse disco, a banda volta atrás em uma das atitudes da postura anti-comercial levada a cabo por eles, aquela mais afetou os fãs (e por isso mesmo eles acabaram cedendo): a não produção de vídeo-clips. Eles fazem um excelente vídeo para a faixa "Do the Evolution", que é todo feito em desenho animado, produzidos pelo criador do personagem de revistas em quadrinhos e cinema Spawn. O clip é transmitido exaustivamente pela MTV ao redor do mundo. Depois do lançamento do álbum, Jack Irons sai da banda (dizem eles ser uma saída temporária) e Matt Cameron (que havia ficado sem banda depois do fim do Soundgarden) assume as baquetas. Ainda em 1998, dois novos lançamentos da banda: o vídeo "Single Video Theory", onde a banda aparece tocando músicas do último álbum, e o primeiro disco ao vivo do grupo: "Live on Two Legs" (o título é uma referência a um disco do Queen). Nesse álbum, a banda aparece tocando músicas de todos os seus cinco discos, e fecha o álbum com mais um cover de Neil Young, a excelente "Fuckin’ Up".
O ano de 1999 começou com o Pearl Jam participando de um disco em benefício das vítimas da guerra de Kosovo, chamado "No Boundaries" (no Brasil, "Sem Fronteiras"). O grupo aparece com as músicas "Last Kiss" e "Soldier of Love". A primeira é uma bela e simples balada, que tocou exaustivamente nas rádios do Brasil (e que virou um single da banda).
Ainda em 1999, o Pearl Jam volta a trabalhar na gravação de um novo disco, o sexto de estúdio. O resultado é lançado em maio de 2000, e se chama "Binaural". Produzido por Tchad Blake e mixado por Brendan O 'Brian, "Binaural" pode ser comparado com "Yield" e "No Code", por mostrar a banda mais contida, sem o peso e agressividade de antigamente, mas ainda com muita criatividade e competência, sendo bastante visível a maturidade das composições e melodias criadas pelo quinteto. Destaque para as músicas "God's Dice", "Nothing As It Seems" (primeiro single do álbum), "Light Years", "Soon Forget" (apenas Eddie Vedder na voz e ukelele) e "Grievance". A produção de "Binaural" é muito boa, realçando em algumas músicas uma atmosfera meio depressiva e pesada, como em "Nothing As It Seems" e "Sleight of Hand". As composições foram feitas por Stone Gossard, Eddie Vedder e Jeff Ament, ao contrário de antigamente, em que Vedder era praticamente o único compositor da banda. Vale destacar que o grupo continua a distribuir seus álbuns em caixinhas especiais (isso acontece desde o terceiro disco, "Vitalogy"), para evitar que o trabalho chegue mais caro as lojas devido à tradicional caixinha de plástico que é produzida por uma única empresa nos EUA. Outra novidade é o lançamento de diversos "bootlegs oficiais": são discos contendo gravações de show da banda ao redor do mundo, por preços mais acessíveis.
Em 2002, a banda volta ao estúdio para gravar seu sétimo disco, ao lado do produtor de Adam Kasper. Em outubro sai o primeiro single, para a música "I am Mine", e no mês seguinte é lançado "Riot Act". É um trabalho bastante maduro e coeso, que agrada mais aos fãs e críticos do que "Binaural". A banda volta a apresentar também um vídeo, para a canção "I am Mine" (o último tinha sido para "Do the Evolution" do disco "Yield"), além de anunciar que pretende novamente lançar os "bootlegs oficiais", a exemplo da turnê do disco anterior.
Em 2003, os lançamentos da banda foram a coletânea de b-sides "Lost Dogs" e o DVD "Pearl Jam at the Garden", que traz uma apresentação memorável do quinteto em Nova York (sexteto, se contarmos com o tecladista Boom Gaspar), com participações especiais de Ben Harper, Steve Diggle e Tony Barber. Até o momento o grupo já havia lançado dois vídeos: "Touring Band", que traz a banda em ação durante a turnê de "Binaural", além do já citado "Video Single Theory", que traz os bastidores das gravações do disco "Yield". Outro fato importante de 2003 foi o fim do contrato com a Epic, que lançou todos os discos do grupo. Até o momento, a banda ainda não divulgou quem será seu novo parceiro.
Fonte:http://whiplash.net/
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