15 de maio de 2013

Movimento mais intelectualizado do nosso cinema: cinema novo


Durante a década de 1950, a indústria cultural brasileira sofria entraves que impediam a produção cinematográfica, como conseqüência a produção de obras com grande qualidade técnica. Na década seguinte, o cinema paulista viveu uma pequena fase de ascensão ,mas incapaz de consagrar a sétima arte no Brasil. Conseqüentemente jovens, intelectuais e artistas passaram a discutir novos rumos para o cinema nacional.

O primeiro grande marco que ocorreu desse sentimento de manifestação e mudança, fora o I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro, em 1952. Nesse encontro, além de pensarem sobre alternativas para incipiência da cinematografia, seus integrantes se mostraram preocupados em distanciar do prestigiado modelo ficcional norte-americano, sinônimo de grande sucesso na época.

Dessa forma, jovens cineastas, tiveram grande interesse em dialogar com os movimentos realistas como: neorealismo italiano, e a “nouvelle vague” francesa.
Tudo o que os jovens artistas queriam eram, produzir filmes baratos, feito com: “uma câmera e uma idéia na cabeça”. Os longas-metragens seriam voltados à realidade brasileira e com uma linguagem apropriada para a problemática social.

Primeira fase: Observamos os primeiros trabalhos dos diretores: Diegues, Ruy Guerra, Paulo César Saraceni, Leon Hirszman, David Neves, Joaquim Pedro de Andrade, Luiz Carlos Barreto, Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos. Entre outras produções da época, ressaltamos: “Vidas Secas” (1963), “Os Fuzis” (1963) e o prestigiado “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964).

Segundo período: Dialoga com o contexto político-social vigente na sociedade, a ditadura militar, que acabara de se instalar no país, em 1964. O discurso em favor da ordem social passou a figurar outro estilo de temática dentro do gênero. Essa época, destacam-se os seguintes filmes: O Desafio” (1965), “Terra em Transe” (1967) e “O Bravo Guerreiro” (1968).Apos esse período, o discurso político perde forças dentro do movimento.

Essa mudança era o reflexo da eficácia da repressão da ditadura militar.

Terceiro período: Notamos um volume menor de produções entre as quais se destaca o filme Macunaíma (1969). Por conta desse filme, notamos que a preocupação com a problemática social, passa a ser rearticulada fora dos limites da estética.

O exílio de alguns expoentes do movimento e a adaptação ao ensejo da crescente indústria cultural brasileira foi contribuindo para desgastar o movimento. Os cineastas que ainda flertavam com o Cinema Novo, a partir da década de 1970, vão emendar outra fase do cinema nacional, o “Cinema Marginal”.

Fonte: Brasil Escola



Por: Marcus Vinícius Beck

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